O atentado de Nice aconteceu a 14 de julho, dia da Tomada da Bastilha. Segundo as forças francesas e algumas testemunhas, estavam muitos elementos da polícia na rua e a zona dos peões estava protegida por seguranças. Mas o diário francês Libération questiona a eficácia da segurança nessa noite.
Segundo o jornal, a entrada para a zona pedonal não estava protegida pela polícia nacional francesa, o que terá permitido que o condutor do camião entrasse a conduzi-lo sem ser travado. O ministério francês do Interior sempre disse que estavam forças de segurança no local.
“A polícia nacional estava presente na Promenade des Anglais”, garantiu o ministro do Interior Bernard Cazeneuve, alegando que o condutor do camião só conseguiu fazer aquele trajeto porque avançou de forma “muito violenta”. O ministro disse que havia veículos da polícia em frente às entradas da zona pedestre, precisamente para bloquear o acesso.
Mas o jornal questiona se a segurança estava realmente a funcionar. Ao Libération, a ex-presidente da câmara de Nice colocou dúvidas: “Gostava de perceber: como é que o camião entra pela zona pedonal?” De facto, segundo várias testemunhas ouvidas pelo jornal, os veículos que bloqueavam a entrada estavam num perímetro mais curto do que o que foi avançado pelo Governo. Ou seja, não abrangia uma área assim tão grande que pudesse bloquear a entrada, por exemplo, do camião.
Com base na sua investigação, o jornal concluiu que naquela zona só estavam presentes elementos da polícia municipal e não da polícia nacional, ao contrário do que tinha sido avançado pelas autoridades francesas. O Governo garantiu por várias vezes que a segurança tinha sido reforçada especificamente naquele dia, por ser um dia de festa em França e com muita gente na rua. Ao Observador, um grupo de jovens disse que se via “muitos polícias” com armas pesadas, logo no aeroporto e no centro de Nice.