Os deputados do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder desde 1975, considerou o abandono da sessão parlamentar pela oposição como “uma postura de bloqueio” e “de impreparação” para as eleições gerais em 2017.

A posição do grupo parlamentar da MPLA foi expressa, em conferência de imprensa, pelo deputado João Almeida Martins “Jú Martins”, que reagia ao abandono da plenária de hoje pelos partidos da oposição, em protesto a inclusão de três pontos na agenda de trabalhos sobre o plano de tarefas de preparação das eleições gerais em Angola.

Em causa está a inclusão para discussão e votação na generalidade – proposta hoje pelo MPLA – dos projetos de Lei do Regimento da Assembleia Nacional, da Lei Orgânica sobre Sistema de Informação e Gestão dos Processos Eleitorais e a Lei de Alteração à Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais.

Aquele deputado recordou que o plano de tarefas de preparação das eleições gerais, de iniciativa do MPLA, foi aprovado em 2015, e foram vários os pronunciamentos da oposição sobre o desinteresse do partido no poder em realizar eleições, face ao atraso na execução das tarefas neles constantes.

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“O que é certo é que, concluído este trabalho interno que o MPLA vinha fazendo de preparação, procedeu-se ao agendamento destas matérias. E agora notámos que a oposição faz um recuo, ou seja, diz que não está preparada para discutir esses diplomas”, referiu.

O deputado do MPLA sublinhou que não se entende “como agora que elas (leis) foram submetidas ao parlamento, estão disponíveis para a sua abordagem e a sua discussão em sede parlamentar a oposição tem essa postura”.

“É claro, para o MPLA isso não causa estranheza, a oposição há de continuar a manter uma postura de bloqueio, uma postura de impreparação clara para participar, não só nos pleitos eleitorais, mas sobretudo para assumir responsabilidades políticas institucionais”, realçou.

Segundo Jú Martins, a atitude hoje tomada “mostra claramente que a oposição parece que um menino mimado, que basta que seja contrariado numa determinada visão, numa determinada proposta assume posições extremas, radicais, como esta de abandonar o debate, onde há inclusive um projeto de lei que vai ser apreciado e vai ser votado cuja iniciativa é da responsabilidade dos partidos políticos da oposição”.