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Ryan Lochte & companhia: vídeo confirma noite de farra dos nadadores que inventaram assalto

Este artigo tem mais de 5 anos

Ryan Lochte, James Feigen, Gunnar Bentz e Jack Conger, inventaram um assalto para esconder a noite de farra. Um vídeo confirma a mentira que as autoridades denunciaram. Brasil a ferver com LochteGate.

Alguns dos nadadores na bomba de gasolina (de t-shirt preta) onde aconteceram os desacatos
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Alguns dos nadadores na bomba de gasolina (de t-shirt preta) onde aconteceram os desacatos

@OmaryArgelia/Twitter

Alguns dos nadadores na bomba de gasolina (de t-shirt preta) onde aconteceram os desacatos

@OmaryArgelia/Twitter

Era dia de festa, havia a medalha de ouro de Lochte para comemorar. Os nadadores americanos Ryan Lochte, James Feigen, Gunnar Bentz e Jack Conger resolveram celebrar a vitória na Casa França, na Sociedade Hípica, em Lagoa, Rio de Janeiro. Mas a farra do passado domingo terminou em desacatos numa bomba de gasolina e os quatro nadadores dos EUA resolveram inventar a história de um assalto para esconder a noitada.

A estrela do quarteto, Ryan Lochte, chegou mesmo a contar à NBC detalhes do alegado assalto de que teriam sido vítimas quando apanharam um táxi para regressar à Vila Olímpica depois da festa na Casa França. Mas os depoimentos dos quatro nadadores foram considerados pela polícia brasileira “contraditórios”, em especial depois das imagens de videovigilância dos nadadores a entrarem no recinto terem sido divulgadas pelo jornal Daily Mail. No vídeo os atletas continuam com os pertences (como relógios) que diziam ter sido roubados.

Um novo vídeo com imagens recolhidas na bomba de gasolina onde supostamente teria acontecido o assalto, ajuda à reconstituição do que realmente se passou no local. O motorista do táxi que levava os atletas estacionou o carro ao lado de uma bomba de gasolina na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, perto da Vila Olímpica, para que pudessem sair e ir à casa de banho. Lochte estava exaltado e visivelmente embriagado na altura, segundo contou um outro nadador à polícia. O grupo acabou a urinar na rua, depois de terem vandalizado as casas de banho do posto de combustível, escreve o El País.

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O fim das investigações das autoridades brasileiras levou à conclusão de que os atletas inventaram o assalto para esconder os detalhes do que se teria passado na festa e na viagem de táxi. O motorista foi aliás, uma peça-chave na investigação quando reproduziu à polícia os diálogos entre os atletas no carro. Contaram que beberam mais do que a conta na festa e ter-se-ão envolvido com algumas raparigas que também lá estavam.

“Isso indica que um dos atletas tinha uma razão para não revelar a verdadeira história”, disse o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, citado pelo jornal espanhol. Ryan Lochte, que mantém uma relação com a modelo Kayla Rae Reid, (que se deslocou ao ao Rio de Janeiro para apoiar o namorado) terá inventado a história para esconder uma suposta infidelidade.

Lochte regressou aos EUA na passada segunda-feira e alterou a sua versão dos acontecimentos em declarações à NBC. Gunnar Bentz e Jack Conger foram impedidos de embarcar pelas autoridades brasileiras na quinta-feira à noite, mas entretanto foram autorizados a sair para os EUA. Os dois negaram qualquer envolvimento na narrativa do falso roubo.

James Feigen, o único dos quatro nadadores que foi detido pela polícia brasileira, já acordou fazer uma doação no valor de 35 mil reais (pouco mais de 9.500 euros) a uma obra de caridade ainda não identificada como forma de se retratar do seu comportamento e recuperar o passaporte (que foi apreendido).

“Depois de uma longa deliberação, foi alcançado este acordo… Ele vai doar 35.000 reais a uma instituição de caridade, e com isso o caso fica resolvido”, disse Breno Melaragno, advogado de Feigen, citado pela BBC. “Depois de fazer a esta doação, o passaporte será devolvido e ele ficará livre para voltar para casa”, acrescentou.

#LochteGate põe os nervos dos brasileiros em franja

A mentira de Loche e companhia levou os Estados Unidos a pedir desculpa ao Brasil pelo comportamento dos nadadores. “Pedimos desculpas aos nossos anfitriões no Rio e ao povo do Brasil pela distração que este calvário provocou, no contexto do que deveria ser uma celebração da excelência,” disse Scott Blackmun, do comité olímpico norte-americano um comunicado.

Apesar do pedido, os brasileiros não estão pelos ajustes com os nadadores. Gunnar Bentz e Jack Conger foram vaiados no aeroporto, com muitos a gritar “mentirosos” e “falsos”. E nas redes sociais, o burburinho contra os atletas tornou-se tendência. No Twitter, a hashtag #Lochtegate foi uma das dez mais utilizadas na passada quinta-feira à noite, escreve o Finantial Times.

https://twitter.com/ProducerWhitWeb/status/766448051158474752

O suposto assalto representou um embaraço internacional para as autoridades policiais do Rio de Janeiro, que mobilizaram um forte dispositivo de segurança para os jogos. A New Yorker escreve que o caso se tornou uma obsessão para os brasileiros porque tocou num ponto sensível: os assaltos são tão comuns no Brasil que a história poderia facilmente ser verdadeira e era apenas mais uma “prova” da incapacidade das autoridades em manter a cidade segura.

https://twitter.com/blvmenthal/status/766360165729890306

Outros discordam e referem que a comunidade internacional acreditou na história falsa porque estava em linha com imagem do Brasil, como um país onde reina a insegurança e o sentimento de impunidade.

“Isso mostra uma visão colonial do Brasil como um país pouco sério, uma ‘república das bananas’ onde podem fazer o que quiserem”, disse Rafael Alcadipani, investigador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) ao Financial Times. A atitude dos nadadores foi “muito ofensiva para os brasileiros” e mostrou uma “arrogância transversal”, afirmou.

“Duvido que tivessem mentido à polícia americana como o fizeram. Chegaram a outro país, arranjaram confusão, culparam os nacionais e, em seguida, fugiram”, concluiu o investigador.

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