No próximo dia 28 de agosto, seis cientistas vão tornar-se os primeiros a completar um ano a simular como será viver em Marte.

A instalação fica situada em Mauna Loa, no estado norte-americano do Havai, a cerca de 2.500 metros acima do nível do mar, num local onde a paisagem praticamente sem vegetação lembra a do solo marciano.

A equipa da missão HI-SEAS (Hawaii Space Exploration Analog & Simulation) da Universidade do Havai — composta por voluntários dos EUA, Alemanha e França — vive numa cápsula de cerca de 110 metros quadrados, alimentada a energia solar. Sempre que saem da cápsula para explorar o “habitat marciano” têm que vestir fatos espaciais desenhados para o ambiente do planeta vermelho.

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As comunicações com o mundo exterior são feitas com um atraso de 20 minutos, o espaço de tempo necessário para transmitir mensagens da Terra até Marte.

A simulação científica é financiada pela NASA e a experiência anterior mais longa e semelhante aconteceu na Rússia. Durou 520 dias e simulou uma viagem a Marte, explicou Kim Binsted, a investigadora responsável pelo projeto ao jornal Hawaii Tribune-Herald.

Esta experiência de praticamente 365 dias foca-se sobretudo naquilo que uma eventual equipa de exploração de Marte (com condições de habitabilidade para os humanos muito diferentes das da Terra) poderá vir a fazer, uma vez no planeta. Outro aspeto importante tem a ver com a forma como poderá gerir os relacionamentos entre si e evitar conflitos.

“A equipa está bem, tanto quanto podemos dizer,” reforçou Kim Binsted. Mas já estão desejosos de tomar um “banho de mar [no oceano]” e outros vão gostar de “beber uma cerveja”, acrescentou a responsável da missão de simulação.

Anteriormente, foram realizadas duas outras simulações na cápsula, situada numa antiga pedreira, com a duração de quatro e oito meses. As candidaturas para a formação de uma nova equipa que queira participar de novas simulações de missões a Marte já estão abertas.