As forças iraquianas lançaram esta terça-feira uma ofensiva militar para recuperar Al-Qayara e Mossul, principal bastião jihadista no país, e a ONU prepara-se para um “deslocamento em massa” de habitantes da cidade, a segunda maior do Iraque.
Um porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), Adrian Edwards, disse à imprensa em Genebra que a organização não sabe ao certo quantas pessoas vivem atualmente em Mossul, mas que estima que “até 1,2 milhões de pessoas podem ser afetadas”.
O exército iraquiano, que em junho recuperou Fallujah, a oeste de Bagdad, tem agora por objetivo retomar Mossul, “capital” do grupo extremista Estado Islâmico no Iraque.
Na madrugada de esta terça-feira, forças especiais apoiadas por aviões da coligação internacional anti-‘jihadista’ lançaram uma operação para recuperar Qayarah, na margem ocidental do rio Tigre e a cerca de 60 quilómetros a sul de Mossul, de onde poderão lançar a ofensiva contra Mossul.
“O ACNUR faz o que pode […] para construir novos campos para acolher as pessoas e aliviar o seu sofrimento, mas precisamos de fundos e de novos terrenos para campos”, disse o porta-voz.
Até agosto, o pedido de 584 milhões de dólares (515 milhões de euros) feito pelo ACNUR no início do ano apenas tinha sido coberto em 38%.
De momento, a ONU tem abrigos de emergência para 120.000 pessoas no norte do Iraque, estando a aumentar alguns campos existentes e a construir novos.
Segundo estimativas do ACNUR, cerca de 400.000 pessoas podem fugir para sul de Mossul, 250.000 para leste e 100.000 para noroeste, em direção à fronteira síria.
Esses deslocados juntam-se aos 3,38 milhões de iraquianos deslocados desde janeiro de 2014 pela violência no país.