Uma tarde a vaguear, de carro, pelas ruas de Lisboa. Duas paragens para abastecer combustível e uma refeição num restaurante da cadeia de “fast food” McDonald’s. No final da noite, um salto fatídico para o Rio Tejo na zona de Caxias, em Oeiras. Foi este, segundo o Jornal de Notícias, o itinerário de Sónia Marisa Lima, que matou as duas filhas e tentou suicidar-se — acabando por ser salva, só ela, por um taxista que ouviu o seu grito por socorro.

Sónia Marisa Lima, que está em prisão preventiva, acaba de ser formalmente acusada de dois homicídios qualificados pelo Ministério Público – que considera o crime perverso. Segundo o Correio da Manhã, o Ministério Público pede a pena máxima (25 anos de prisão, por cada morte) e rejeita que a mulher seja considerada inimputável.

Numa nota publicada no ‘site’ da internet da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, o Ministério Público esclarece que requereu o julgamento em tribunal coletivo da arguida pela “prática de dois crimes de homicídio qualificado”.

“No essencial está indiciado que a arguida no dia 15 de fevereiro de 2016, pelas 20:59, após aguardar, cerca de uma hora, dentro do veículo automóvel em que se deslocou que a maré atingisse o seu pico, entrou com as filhas menores, respetivamente de dois e quatro anos de idade, no mar, junto ao forte de Geribita, em Paço de Arcos, e submergiu-as no mar, afogando-as e provocando-lhes a morte”, pode ler-se no documento.

A mesma nota adianta ainda que o inquérito foi dirigido pelo Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Oeiras com a coadjuvação da Polícia Judiciária.

A mulher sofria de uma depressão grave, a mesma doença que foi diagnosticada ao pai das crianças, Nélson Ramos, de 35 anos, que quer ser constituído como assistente no processo e vai pedir uma indemnização. O casal estava separado há vários meses e a mulher havia feito queixas na PSP por violência doméstica e abuso sexual.

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