O líder do Partido Socialista espanhol (PSOE), Pedro Sanchez, defendeu, esta segunda-feira, em Madrid que depois do acordo entre o Partido Popular (PP) e o Ciudadanos (C’s) há mais razões para votar “não” a um governo chefiado por Mariano Rajoy.
“Se tínhamos razões para votar contra, agora temos ainda mais, depois do acordo entre Mariano Rajoy (líder do PP) e Albert Rivera (líder do Ciudadanos)”, disse Sanchez no final de um encontro de apenas meia hora com Rajoy.
O líder do PSOE considerou a reunião “perfeitamente prescindível” e acusou Rajoy de ser o responsável por “perder a investidura”.
O acordo entre o PP (direita) e o Ciudadanos (centro-direita) “é um programa que não modifica a direção imprimida nos últimos anos”, disse Pedro Sánchez.
A falta de reforma laboral, reforma educativa e reforma constitucional foram alguns exemplos dados pelo líder socialista para justificar a sua oposição ao programa negociado.
A liderança do PSOE já tinha ratificado hoje de manhã a indicação para que os 85 deputados socialistas no Congresso de Deputados votem “não” a Rajoy na sessão de investidura que começa na terça-feira.
Mariano Rajoy reuniu-se hoje com Pedro Sanchez depois de ter concluido no domingo um acordo de investidura com o Ciudadanos, ao qual se junta o voto favorável da deputada da Coligação Canárias, Ana Oramas.
Ainda que uma aliança entre PP (137 deputados), Cidadanos (32) e Coalición Canaria (1) garanta 170 assentos dos 350 lugares, estes ficarão a seis votos da maioria absoluta (176 votos) necessária para passar na primeira votação marcada para quarta-feira próxima.
Na segunda votação, a realizar na próxima sexta-feira, a maioria simples é suficiente, mas será necessário que pelo menos 11 deputados da oposição se abstenham para que Mariano Rajoy ganhe.