O ministro da Economia Manuel Caldeira Cabral disse que os dados do INE a rever em alta o crescimento do PIB no segundo trimestre mostram uma aceleração, a par de outros indicadores, mas ainda não satisfazem o Governo.
“O que esses dados revelam é uma aceleração da economia. Os dados em cadeia mostram que o segundo trimestre já teve um crescimento melhor do que o primeiro e os indicadores que temos do terceiro trimestre são também muito positivos”, afirmou Manuel Caldeira Cabral, em declarações à Lusa em Maputo, à margem de uma visita de três dias a Moçambique.
O governante observou que a economia vinha de um período de estagnação, desde o início do ano passado até ao primeiro trimestre de 2016, e a revisão em alta divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) representa “um primeiro sinal de aceleração”, mas ainda abaixo do desejável.
“[A economia] não está ainda com o ritmo de crescimento que desejaríamos”, comentou.
A economia portuguesa cresceu 0,9% no segundo trimestre face ao período homólogo e 0,3% em relação ao trimestre anterior, segundo o INE, que reviu esta quarta-feira em alta em 0,1 pontos percentuais cada um dos valores.
No dia 12 de agosto, na estimativa rápida, o INE tinha divulgado que o Produto Interno Bruto (PIB) português tinha crescido 0,8% entre abril e junho deste ano em relação aos mesmos meses do ano passado e que tinha aumentado 0,2% face ao primeiro trimestre deste ano.
Segundo Caldeira Cabral, “há outros sinais positivos”, apontando o caso do emprego, que “esteve estagnado quase um ano”, mas os números do segundo trimestre indicam um aumento de quase 90 mil postos de trabalho e “demonstram que está a haver novas contratações e confiança” na economia portuguesa.
“Mais lentamente do que desejaríamos, as empresas estão a voltar a investir e a retoma está eventualmente a ganhar ritmo”, destacou, mas insistindo que os indicadores do crescimento ainda são pouco expressivos e é preciso aguardar por mais elementos.
Para Manuel Caldeira Cabral, “passar de um crescimento de 0,2% para 0,3% ainda é pouco, mas é uma evolução positiva” e coloca o país numa trajetória mais otimista do que nas previsões anteriores.
“Saliento que um crescimento de 0,2% era consistente com um crescimento a 0,9% a nível anual. Um crescimento de 0,3% já nos coloca num crescimento anual, se este crescimento em cadeia se mantiver, próximo de 1,2%”, declarou, mantendo confiança de que “o próximo trimestre continue esta aceleração”.
O Governo antecipou que o PIB crescesse 1,8% este ano, uma projeção mais otimista do que a do Fundo Monetário Internacional (1,4%), da Comissão Europeia (1,5%) e do Banco de Portugal (1,3%).
Manuel Caldeira Cabral encerra uma visita a Moçambique, onde na segunda-feira participou na abertura da Feira Internacional de Maputo e visitou os 31 expositores presentes no pavilhão de Portugal, o maior do principal evento empresarial do país.