O líder do Partido Popular espanhol, Mariano Rajoy, submete-se esta sexta-feira no parlamento à segunda votação de investidura, mas a falta de apoios de última hora deverá ditar um novo chumbo da sua candidatura à formação de Governo.

Os partidos políticos espanhóis ainda têm dois meses, até 31 de outubro, para tentar resolver o impasse atual, mas parece cada vez mais provável a realização de eleições legislativas, pela terceira vez no espaço de um ano.

O atual chefe do Governo em funções e líder do Partido Popular (PP, direita) recolheu na quarta-feira a confiança de apenas 170 deputados, tendo todos os outros 180 deputados votados contra, entre eles os 85 do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e os 71 da coligação da esquerda radical Unidos Podemos.

Nessa votação, Mariano Rajoy precisava de obter a confiança da maioria absoluta dos deputados, 176 votos de um total de 350, enquanto que hoje necessita apenas da maioria simples da assembleia.

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A tarefa de Rajoy continua a parecer praticamente impossível porque o atual chefe do Governo em funções continua a ter apenas o apoio expresso de 170 deputados: 137 do PP, 32 do partido de centro-direita Ciudadanos e um do partido regional Coligação Canária.

Para ganhar a confiança do Congresso de Deputados na votação de hoje, Mariano Rajoy precisaria, tal como precisava na quarta-feira, de obter mais seis votos, o que parece impossível, ou a abstenção de pelo menos 11 deputados.

A votação de quarta-feira iniciou um período de dois meses (até 31 de outubro) em que ainda é possível formar um novo executivo, antes da dissolução do parlamento e convocação de novas eleições 54 dias depois, provavelmente para 25 de dezembro.

Se isso acontecer, serão as terceiras eleições legislativas que se realizam no espaço de um ano, depois de na primeira consulta, em 20 de dezembro de 2015, e na segunda, em 26 de junho deste ano, as quatro principais forças políticas espanholas (PP, PSOE, Unidos Podemos e Ciudadanos) não terem conseguido chegar a um acordo para formar um Governo estável em Espanha.

Nas eleições de 26 de junho, o PP foi o partido mais votado (33,0 % dos votos e 137 deputados), seguido pelo PSOE (22,7 % e 85), Unidos Podemos (21,1 % e 71) e Ciudadanos (13,0 % e 32).