O consultor informático Edward Snowden, que revelou em 2013 a extensão da espionagem eletrónica norte-americana, apelou ao presidente Barack Obama para lhe conceder um perdão antes de deixar o cargo em janeiro de 2017.
Numa entrevista ao diário britânico The Guardian divulgada hoje, Snowden considera que as suas revelações beneficiaram o seu país.
“Sim, existem leis que dizem certas coisas, mas é talvez por isso que existe o poder de atribuir o perdão — para as exceções, para as coisas que parecem ilegais em letras numa página, mas que se forem vistas de um ponto de vista moral, ético, quando se veem os resultados, aparecem como necessárias”, declara no vídeo da entrevista que deu a partir de Moscovo.
O ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA na sigla em inglês) está há três anos na capital da Rússia, depois de ter divulgado numerosos documentos secretos de uma das mais secretas agências de informação norte-americanas, especializada na interceção de comunicações eletrónicas.
Snowden foi acusado de espionagem nos Estados Unidos e arrisca até 30 anos de prisão.
“Penso que se olharem para os benefícios, é claro que desde 2013 as leis do nosso país mudaram. O Congresso, os tribunais e o presidente, todos mudaram a sua política após estas revelações. Ao mesmo tempo, nunca houve provas de que alguém tenha sofrido”, adianta o informático, 33 anos.
O ano passado, a Casa Branca rejeitou uma petição com mais de 150.000 assinaturas para que Snowden fosse perdoado.
O realizador Oliver Stone, cujo filme “Snowden” se estreou no sábado em Toronto, disse esperar que Barack Obama mude de opinião.