Três dias depois de Domingos Soares Oliveira, presidente da SAD do Benfica, ter comparado a situação financeira do Sporting com a da Grécia, Bruno de Carvalho defendeu que a comparação não passa de “uma manobra de diversão”. “As ‘manobras de diversão’ são a única receita para tentar esconder a incompetência que levaria ao seu afastamento imediato, a bem das instituições que lideram”, escreveu num artigo de opinião publicado no Diário de Notícias esta terça-feira, afirmando a alusão é sinal de “um dote” que vai além “da arte circense”.

“Com esta alusão à Grécia, percebemos que afinal existe um dote para além da arte circense, o da filosofia. E se a filosofia na nossa vida pode servir para nos encher a alma ou indicar caminhos, a outros pode apenas servir para facilitar a venda de ‘banha da cobra’“, disse sem nunca referir o nome do presidente da SAD do Benfica, acrescentando que “as histórias e os ditados populares” sempre o fascinaram. “Cada dia é uma aprendizagem, mas a velha fábula da formiga e da cigarra é intemporal e uma lição para toda a vida.”

“Quem foi ultrapassado pelos acontecimentos e não teve nem arte nem engenho para contornar as suas dificuldades prefere fazer comparações geográficas tentando confundir os menos conhecedores e mais desatentos.”

No artigo de opinião, o presidente do Sporting aplaudiu ainda as medidas de “regulação e supervisão do setor financeiro”, aplicadas na sequência do resgate de 2010, o que levou a que “as decisões bancárias deixarem de estar contaminadas pela ‘clubite’ dos seus administradores ou pelo medo e pressão de ir ‘contra’ os clubes”.

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Salientado que o “tempo das ‘vacas gordas'” acabou para “alguns clubes”, o presidente do Sporting referiu que, em tempos, bastava “uma reunião no escritório de presidentes ou altos administradores de bancos para que compras milionárias de jogadores fossem feitas em total desrespeito pelos interesses dos clientes em geral e da solidez financeira dos bancos em particular”. “Maus hábitos a que a troika e o BCE vieram pôr fim”, considerou.

Referindo-se ao esforço feito pelo Sporting para equilibrar as contas, Bruno de Carvalho explicou que a “teoria financeira” do clube “é de fácil compreensão: ter um ponto de partida sério, sólido e que permita trabalhar com profissionalismo e empenho”.

“Outros preferem, com muito show off como biombo, ‘navegar à vista’. O que não deixa de ser curioso, pois foram os portugueses que inventaram a balestilha, instrumento de navegação que complementava o astrolábio e o quadrante.”