O presidente do Deutsche Bank, o britânico John Cryan, tentou hoje tranquilizar os mercados, garantindo que o maior banco alemão não precisa de ajudas do Estado.

“Isso não é assunto para nós”, respondeu John Cryan, questionado pelo Bold, o jornal mais lido da Alemanha, sobre a eventual necessidade de ajudas do Estado.

“Em nenhum momento pedi ajuda à chanceler”, Angela Merkel, frisou Cryan, que lidera o banco desde o verão do ano passado.

Na segunda-feira, o Deutsche Bank viu as suas ações caírem para níveis jamais vistos na sua história na bolsa de Frankfurt, em face dos rumores de que o Estado recusara conceder qualquer ajuda ao gigante alemão, ameaçado por uma multa recorde nos Estados Unidos.

O Departamento de Justiça norte-americano anunciou, a 15 de setembro, a aplicação de uma multa de 14.000 milhões de dólares para saldar o litígio imobiliário desencadeado no início da crise financeira em 2008.

“É claro, desde o início, que nós não vamos aceitar esse valor”, declarou o patrão do Deutsche Bank ao mesmo jornal, numa entrevista em que refere ainda que, “de momento, não se coloca a questão de um aumento de capital”.

O Deutsche Bank é acusado, como outros grandes bancos, de ter vendido a investidores antes do início da crise financeira de 2007/08 empréstimos hipotecários residenciais, que são créditos convertidos em produtos financeiros, sabendo que eram tóxicos.

A denominada ‘titulação’, tática, utilizada abundantemente pelos grandes bancos para converter carteiras de empréstimos em títulos financeiros que cedem depois nos mercados, é considerada a responsável pelas perdas registadas em 2008 por numerosos investidores, incluindo os que compraram os títulos associados às famosas ‘sub-primes’.

O Deutsche Bank constituiu provisões de 5,5 mil milhões de euros (6,2 mil milhões de dólares) em 30 de junho último para resolver litígios em curso, segundo documentos bolsistas.

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