Em Portugal, no primeiro semestre deste ano, foram vendidos 458 veículos PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle), número superior ao triplo das unidades comercializadas nos primeiros seis meses do ano passado. Na informação divulgada pela ACEA (Associação Europeia de Construtores de Automóveis) verifica-se que entre os mercados europeus o Reino Unido continua a registar o maior número de veículos, ao passo que a Espanha e a Hungria, juntamente com Portugal, apresentam as taxas de crescimento mais elevadas na categoria PHEV relativamente ao período homólogo de 2015.
A Europa ocupa já a primeira posição em termos de vendas de automóveis plug in híbridos elétricos, ultrapassando os EUA em grande parte graças aos mercados do Reino Unido, Suécia, Holanda e Alemanha. O segmento dos BEV (Battery Electric Vehicle) e PHEV, em conjunto, regista taxas de crescimento à volta de 70% a nível mundial, enquanto as vendas globais de HEV (Hybrid Electric Vehicle) caíram 2% em 2015.
Nesta fase a melhor opção é mesmo o PHEV por ser o que mais se aproxima do elétrico puro. Não tem o handicap de um BEV em termos de autonomia ou preço final e, na maioria das opções, é o mais equilibrado na relação custo-benefício.
É possível adquirir alguns destes plug-in por valores idênticos aos do modelo convencional com mecânica diesel, ganhando bastante em economia de utilização para além de outros benefícios, nomeadamente os consideravelmente menores encargos fiscais. Num mercado em crescimento acelerado a Volkswagen pretende alcançar uma posição de liderança no segmento plug in, o que não será difícil se analisarmos as vendas combinadas dos diferentes modelos da casa de Wolfsburg.
Depois do Golf GTE, entra em cena o novo Volkswagen Passat GTE recém-chegado ao mercado português. Além de ser o primeiro híbrido plug-in disponível em duas versões de carroçaria, Limousine e Variant, exibe um dos sistemas de propulsão mais avançados do momento com uma potência total de 218 CV. A marca anuncia consumos de apenas 1,6 l/100 km e 12,2 kWh/100 km (12,4 kWh na Variant) com emissões ao nível de 37 g/km e uma autonomia total de 1114 km.
Em modo exclusivamente elétrico, para uma condução sem emissões, é possível percorrer até 50 quilómetros sem paragens e alcançar a velocidade máxima de 130 km/h. Já em modo híbrido o Passat GTE pode atingir os 225 km/h.
Em condições normais o novo Volkswagen arranca sempre em modo elétrico, privilegiando a condução sem emissões. Mas o “E-Mode” também pode ser ativado manualmente, através de um botão, quando circulamos em zonas urbanas sujeitas a maior pressão poluente ou a controlos de emissões. Como já acontece em algumas cidades europeias, os condutores do Passat GTE deixam portanto de estar sujeitos ao pagamento de qualquer taxa ambiental.
Aliás não será difícil conduzir o Passat GTE no dia a dia, exclusivamente em modo elétrico, como atestam as conclusões de um estudo realizado pelo Ministério Federal do Transporte na Alemanha: cerca de 80% dos condutores, que se deslocam para o seu local de trabalho e efetuam pequenos percursos, conduzem menos de 50 quilómetros por dia. Por cá a situação não é muito diferente.
Do equipamento de série do novo Passat GTE também fazem parte algumas tecnologias de assistência à condução como o sistema de navegação “Discover Pro”, “Front Assist” e “City Emergency Braking”, além dos faróis LED. No domínio da conectividade inclui-se o sistema de informação e entretenimento com a solução “App-Connect” que permite integrar os smartphones no sistema a bordo de forma intuitiva e muito fácil.
Mais interessante é a aplicação “Car-Net e-Remote” que permite ativar o carregamento da bateria a partir do smartphone, tal como todas as funções de climatização interior do veículo.
Além disso, esta app também informa o proprietário sobre o estado do veículo, o nível de carga da bateria, os dados de condução recentes ou o lugar onde estacionou. De igual modo também é possível verificar se as portas ficaram fechadas ou as luzes apagadas.
O Passat GTE está a ser comercializado por 46.878 euros na versão Limousine (49.853 euros no caso da Variant). A Volkswagen prevê que as vendas de veículos híbridos “plug-in” (PHEV) em todo o mundo quadrupliquem até 2018 e existem estimativas que apontam para um volume de vendas anual de 3,3 milhões de automóveis PHEV. Mas por agora os veículos híbridos elétricos e os exclusivamente elétricos continuam a representar uma pequena quota de mercado a nível global. Talvez por ainda subsistir um conjunto de ideias preconcebidas e, em certa medida, erradas que acabam por afastar estes carros das opções de compra imediatas: preço elevado, autonomia limitada, tempo de carregamento e o reduzido número de estações de carregamento. Há também especialistas que referem a falta de sensibilidade dos consumidores para as questões ambientais.
Por seu lado os condutores de veículos híbridos elétricos em geral valorizam o prazer de condução, a proteção do ambiente e o facto de estarem a usar tecnologia inovadora. A alteração dos comportamentos do consumidor e a necessidade de poupar energia e combustível, juntamente com os incentivos dos governos nacionais, abrem perspetivas favoráveis ao crescimento deste segmento a curto prazo.