Morreu o escritor, dramaturgo, argumentista e ilustrador Dario Fo. O italiano, que venceu o Prémio Nobel da Literatura em 1997, tinha 90 anos, e morre precisamente no dia em que é anunciado o Prémio Nobel da Literatura deste ano. Dario Fo, que nasceu em 1926, estava internado há vários dias num hospital em Milão, devido a problemas respiratórios.

O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, já reagiu à morte do autor, destacando a “herança de um grande italiano do mundo”, e apontando “a obra satírica, a pesquisa, o trabalho cénico e a atividade artística multifacetada”.

A obra mais conhecida de Dario Fo estreou em 1969. Trata-se de ‘Mistero buffo’, uma peça de teatro satírica recheada de referências bíblicas, que foi altamente controversa. Tornou-se num símbolo do teatro europeu, mas foi duramente criticada pelo Vaticano, por ser uma obra “blasfema”.

Fo escreveu também obras como ‘A Morte Acidental de um Anarquista’, ‘A Marijuana da Mamã é a Melhor’, ‘Casal Livre’ ou ‘Não Devemos Pagar’, e foi um batalhador e instigador de uma rebelião contra os poderosos e os hipócritas.

A sátira era, aliás, a grande marca do dramaturgo. “Podíamos passar um dia inteiro a recitar peças de teatro satírico, desde os gregos, aos romanos, e por aí fora”, dizia o escritor, sublinhando a importância deste género no ativismo político.

Além de escritor, Dario Fo era também um ativista político, que sempre se opôs a Silvio Berlusconi. Aos 80 anos, candidatou-se à câmara de Milão, para tentar derrubar Gabriele Albertini, do partido de Berlusconi, mas acabou por ficar em segundo lugar na eleição.

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