Se é daqueles que apenas querem conhecer os detalhes dos automóveis que já estão à venda, ou que deverão chegar ao mercado nos próximos meses, e não ligam em absoluto aos protótipos e concept cars mais ousados e futuristas que os fabricantes apresentam volta e meia, saiba que faz mal. Isto se tiver alguma curiosidade em relação a como será o automóvel que vai poder adquirir dentro de três ou cinco anos.
Dificilmente encontrará uma indústria tão ágil quanto a automóvel, onde o que hoje é o máximo, amanhã pertence ao passado, seja porque a tecnologia, o mercado ou os desejos dos consumidores evoluíram mais depressa e em direcção diferente ao que era expectável. E, se não acredita, damos-lhe dois exemplos.
O primeiro chega-nos pela mão dos motores a gasóleo, que nos últimos anos caminhavam decididos face a um futuro risonho, dominando as vendas em grande parte dos países europeus e que hoje parecem condenados ao marasmo, ou até mesmo à extinção a prazo, pelo menos em alguns segmentos do sector.
Outro exemplo, não menos evidente, tem a ver com a condução autónoma. Todos os fabricantes de automóveis sabiam há anos que esta tecnologia seria viável e exigida pelos consumidores, mas estavam igualmente convencidos que obrigaria a um moroso processo de desenvolvimento – poucos acreditavam que pudesse estar disponível em menos de uma dezena de anos – e que seria muito dispendiosa, demasiado para a maioria das bolsas. Hoje, e sobretudo depois de a Tesla ter provado que a condução semi-autónoma é uma realidade, todos os concorrentes se apressaram a desenvolver os seus veículos sem condutor. E se a maioria afirma estar em condições de lançar os primeiros modelos autónomos dentro de três a cinco anos, a Tesla já fez saber que dentro de um ano e meio pretende iniciar a comercialização do seu primeiro veículo 100% autónomo.
Os protótipos que lhe mostramos na fotogaleria são os mais representativos do momento e, se envergam diferentes emblemas, têm em comum um maior respeito pelo ambiente, recorrendo a motorizações que oscilam entre o 100% eléctrico e o híbrido plug-in, sempre a garantir uma determinada autonomia em que a electricidade é o combustível.
Depois, como o trânsito nas grandes cidades não vai melhorar, antes pelo contrário, entre os protótipos que seleccionámos, muitos propõem condução autónoma, para facilitar a vida aos condutores e incrementar o fluxo do tráfego citadino, minimizando os pequenos toques, as consequentes filas e o fastidioso pára-arranca. E se está preocupado perante a possibilidade dos carros de amanhã perderem personalidade e passarem a ser uns “ovinhos”, parecidos em demasia uns com os outros, sem qualquer vislumbre de emoção, saiba que não só a estética vai continuar a ser um elemento determinante e diferenciador, como potência é coisa que não vai faltar no automóvel do futuro. Pelo menos em alguns deles.