A primeira rede social de realidade aumentada é lançada esta quinta-feira e é produzida por uma startup portuguesa. Trata-se da Catxy e vai permitir visualizar os momentos que os seus amigos registaram em cada local. Basta apontar a câmara do telemóvel. No fundo, explica ao Observador o líder da Catxy, Fábio Rodrigues, a rede social “permite chegar a um local, apontar a câmara, e aceder a tudo o que está contextualizado ali”.

A nossa premissa é que cada local tem uma história”, destaca Fábio Rodrigues.

O líder da Catxy descreve a aplicação numa comparação ao Snapchat, “que tornou o conteúdo relevante no tempo”, diz, acrescentando que agora, com a nova rede, “quer tornar o conteúdo relevante no espaço”. A ideia levou Fábio Rodrigues e uma equipa de 12 jovens portugueses a criar aquilo a que chamam “o Pokémon Go da vida real”.

E como funciona a Catxy? É simples, imagine: chega a um local, tira uma fotografia e partilha-a na rede social. Acabou de criar um momento (os ‘catxies’), associado ao sítio específico em que se encontra, e que será visível para os utilizadores que se encontrem num raio de cinco quilómetros, que poderão ir ao local onde foi publicado o momento, apontar a câmara, e ver a sua fotografia. É essa a particularidade desta rede social: se partilhou um momento num lugar, ele só será visto aí.

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A aplicação tem outras utilizações: dependendo das definições de privacidade, poderá escolher se os momentos são públicos, reservados apenas para amigos ou só para uma pessoa específica. Mais: a app pode servir ainda para encontrar amigos.

“Vou a um festival, perco-me dos meus amigos e ando à procura deles. O melhor que tínhamos era a localização do Facebook, que me dizia que eles estariam num raio de alguns quilómetros. Com a Catxy, posso saber, por exemplo, que a Maria está a 200 metros numa determinada direção”, esclarece Fábio Rodrigues. E, “tendo as definições públicas, posso andar por aí e conhecer pessoas novas”.

Por enquanto, explica o líder da Catxy, a aplicação só permite o reconhecimento de locais, mas, no futuro, pode reconhecer imagens, por exemplo. “A ideia é poder apontar para uma garrafa de Coca-Cola e ter uma história”, exemplifica.

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A equipa responsável pelo desenvolvimento da Catxy. (Imagem: DR)

A Catxy participa, em novembro, na Web Summit, e foi selecionada para integrar as startups Alpha, consideradas as mais promissoras do evento. Para Fábio Rodrigues, estar nesta “competição interna para os projetos mais promissores com investimento inferior a 3 milhões de euros” representa um mundo de possibilidades.

“Ainda nem lançámos e já estamos selecionados para este grupo”, sublinha o responsável, destacando o facto de a Catxy ser “uma das oito redes sociais escolhidas pela Web Summit como as mais promissoras do mundo”.

O projeto começou com capitais próprios de 200 mil euros, e os criadores da rede social esperam agora atrair investimento durante a Web Summit, que decorre entre 7 e 10 de novembro, em Lisboa. A campanha de publicidade à rede social conta com a atriz Kelly Bailey como embaixadora. Com mais de 200 mil seguidores nas redes sociais, a atriz poderá ser o impulso necessário para chegar ao maior número de utilizadores.