A revista Rolling Stone foi, esta sexta-feira, acusada de difamação depois de um julgamento de duas semanas, numa história de violação numa residência da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos.

Os dez jurados — oito mulheres e dois homens — consideram a jornalista Sabrina Rubin Erdely culpada por difamar Nicole Eramo, diretora da Universidade de Virgínia, num artigo publicado em 2014.

Segundo a ABC News, Eramo afirma que o artigo a retrata como uma vilã que desencorajou Jackie, a mulher violada, a relatar o incidente à polícia. As autoridades investigaram e não encontraram nenhuma evidência que suporte as alegações da vítima. Por sua vez, os advogados da jornalista da Rolling Stone defendem que a repórter não se apercebeu de qualquer sinal que indicasse de que Jackie estivesse a mentir.

No artigo da Rolling Stones, retirado em 2015, Jackie citava por diversas vezes a diretora, nomeadamente, a dizer que a Universidade de Virgínia não publica todas as estatísticas sobre agressão sexual por que “ninguém quer enviar a sua filha para uma escola onde ocorre violações“.

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A história sobre a violação de Jackie desencadeou fortes reações na universidade e em muitas escolas do país. Nicole Eramo recebeu centenas de cartas e emails a chamá-la “diretora da violação” e houve manifestações pela universidade.

Os advogados de Eramo argumentam que a jornalista trabalhou com uma ideia preconcebida sobre a indiferença institucional no que respeita à agressão sexual. A diretora da universidade teve de provar que a revista sabia que as informações dadas por Jackie eram falsas ou que suscitavam sérias dúvidas. A verdade é que Jackie mudou o seu relato por várias vezes e recusou-se a deixar que Erdely entrevistasse outras fontes, que desmentiam a sua versão dos factos.

A revista aceitou responsabilizar-se por todos os custos legais do processo e pagar qualquer indemnização.