Luís Marques Mendes afirmou este domingo, no habitual espaço de comentário na SIC, que os novos administradores da Caixa Geral de Depósitos estão dispostos a entregar as respetivas declarações de rendimentos junto do Tribunal Constitucional.
De acordo com o comentador e ex-líder do PSD, a equipa de António Domingues tomou a decisão de ficar e já a comunicou por escrito ao Ministério das Finanças. “António Domingues ficará, mesmo que as declarações sejam tornadas públicas”, garantiu o social-democrata.
Ainda assim, adiantou Marques Mendes, os novos administradores da Caixa vão tentar ainda um novo recurso e pedir ao Tribunal Constitucional que assegure a confidencialidade das declarações de rendimento e património, uma hipótese que, à luz da lei, não está completamente descartada.
Se o Constitucional “não autorizar este pedido”, admitiu o comentador, “maioria” dos novos administradores do banco público “vai ficar”. A verificar-se a impossibilidade de manter confidenciais as declarações de rendimentos dos membros da equipa de António Domingues, então “três ou quatro administradores podem ser” e é possível que “dois deles sejam estrangeiros”. Marques Mendes disse ter apurado esta informação nos últimos dois dias.
O social-democrata não deixou, mesmo assim, de criticar o Governo socialista por ter celebrado um suposto acordo com os novos administradores que os isentaria de apresentar as respetivas declarações de rendimentos. Se isso não bastasse, continuou Marques Mendes, o Executivo “escondeu o acordo” porque sabia que era um “erro colossal” e que desencadearia uma “tempestade política”.
Marques Mendes não deixa, no entanto, de corresponsabilizar a equipa de António Domingues por toda a “telenovela” criada em torno do banco público. A nova administração da Caixa continua a adiar o inadiável: depois de o Tribunal Constitucional ter vindo a público dizer que a lei é para cumprir não há margem de manobra. “[Os novos administradores] estão a tentar provocar o poder político” e, com isso, a fazer com que a Caixa “esteja na luta política”. Ao mesmo tempo, estão a infligir um “desgaste enorme para o Governo” que “só termina quando esta telenovela terminar”, criticou o comentador.