Depois de a VW ter decidido abandonar os motores diesel para o mercado norte-americano, e de a Audi ter apostado na medida contrária, eis que o jornal alemão Der Spiegel anunciou que a Mercedes iria seguir as pisadas da VW. Logo um porta-voz da Mercedes veio a público afirmar que, “até ao momento não foi tomada nenhuma decisão nesse sentido”, segundo o que foi tornado público pela Reuters, o que, como negação, é uma reacção relativamente contida.

A realidade, nua e crua, é esta: os americanos não querem que o volume de automóveis a consumir gasóleo dispare, pelo que criaram uma legislação específica (limitar as emissões de NOx, substância que é elevada nos diesel e reduzida nos gasolina) para evitar que os europeus invadam o seu mercado com estes motores, que se caracterizam por oferecer muita força a baixa rotação e uma maior economia.

Os EUA já consomem todo o gasóleo que produzem no transporte ferroviário e rodoviário de mercadorias, pelo que se passassem a existir mais veículos ligeiros a queimar diesel, tal obrigaria a refinar uma maior quantidade de petróleo. Por outro lado, é altamente provável que, com os motores híbridos gasolina/eléctrico, os veículos possam aproximar-se da força e da economia proporcionada pelas unidades a gasóleo, sem contudo ter de lidar com as emissões e os custos necessários para as conter. É este o motivo que leva a que a opção de se concentrar nas unidades a gasolina não seja de todo descabida, especialmente num mercado que ostensivamente não os deseja.

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