É dos momentos mais aguardados pelo público que passeia pelos corredores da Exponor, durante a Comic Con: quando Darth Vader — um dos vilões mais conhecidos da história dos maus e o inimigo-feito-salvador da saga de “Star Wars” –, inicia uma marcha e caminha a passos largos no recinto. Atrás dele vêm mais algumas dezenas de personagens pouco dadas a amizades e também os fãs, prontos a gravar mais um vídeo ou a fazer mais uma fotografia. Tudo isto constitui já uma tradição na Comic Con Portugal e é levada a cabo pelo grupo nacional da Legião 501, a organização mundial constituída por milhares de voluntários e fãs que recria o universo da saga.

Para recriar o ambiente sombrio e o mais próximo possível da ficção, esta marcha imperial vai buscar inspiração à música e utiliza-a como trunfo. O tema composto por John Williams, “A Marcha Imperial”, para a saga acompanha todo o desfile, sem falhas e sem passar despercebida. E caso o grupo de vilões pareça perigoso ou pouco amigável para companhia, o que acontece é o contrário: muitas personagens interagem com o público e revelam-se inofensivos e amigáveis. O próprio Darth Vader acena às crianças e os stormtroopers – os soldados brancos e clonados do malvado Império Galáctico – posam para as fotografias. Vá, também apontam as suas armas, mas com pouca vontade.

7 fotos

Durante a Comic Con, as personagens de Star Wars são das mais requisitadas. Embora o grupo de voluntários do evento não deixe furar o imaginário cordão de segurança feito à volta dos protagonistas do desfile, os vilões são acessíveis e gostam dos flashes. “A marcha tem sido um êxito na Comic Con”, afirma Hugo Pablo, o coordenador do núcleo português da Legião 501.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mais do que encantar os aficionados com as vestes e as atitudes, um dos objetivos da Marcha Imperial é dar a conhecer este grupo. E quem sabe, dar um novo rosto a estes vilões. “A Legião 501 é um grupo de fãs criado pela Lucasfilm [produtora de cinema fundada por George Lucas] e que se dedica à caridade”, explica. Os fatos das personagens são aprovados pela produtora e depois o caminho da Legião faz-se junto de associações, através de angariação de fundos: seja dinheiro, alimentos ou brinquedos para crianças. Há apenas uma regra neste grupo: “Têm de ser os maus a praticar o bem”. Coisa bonita.

O núcleo português, fundado em 2009, pode contar com cerca de 30 elementos num desfile. Todos são voluntários e “uns mais fãs do que outros da saga Star Wars”. Cada uma das pessoas pode representar uma personagem à sua escolha: apenas tem de comprar o fato, construí-lo e participar nas ações de caridade. Segundo Hugo Pablo, a marcha imperial é uma atividade praticada em todo o mundo pelos diversos grupos da Legião 501. Durante o fim-de-semana da Comic Con Portugal, membros de Espanha e de Luxemburgo vão tornar a “parada dos vilões” ainda mais extensa.

A marcha imperial vai percorrer os corredores da Exponor até domingo: no mínimo duas vezes ao dia, será possível conhecer o “lado negro da força” com um toque diferente. Além do desfile, a banca da Legião 501 encontra-se no pavilhão 2 e os fãs podem tirar fotografias individualmente com os vilões.