As autoridades da Coreia do Sul detiveram, esta quarta-feira, o antigo ministro da Saúde no âmbito da investigação do caso de corrupção que envolve a Presidente destituída, Park Geun-hye.

As autoridades têm agora 48 horas para decidir se apresentam um requerimento formal para um mandado de prisão para Moon Hyung-pyo, que enfrenta alegações de que pressionou o Serviço Nacional de Pensões para apoiar uma fusão entre duas filiais da Samsung no ano passado apesar de a participação do fundo em uma das empresas ter perdido centenas de milhões de dólares em valor.

Os investigadores também citaram Kim Sang-ryul, antigo secretário para a Educação e Cultura de Park, devido a alegações de que o gabinete da presidência mantinha uma “lista negra” de figuras da cultura consideradas hostis à administração negando-lhes apoio estatal.

O parlamento, controlado pela oposição, aprovou a destituição da Presidente a 9 de dezembro, decisão que terá de ser ratificada pelo Tribunal Constitucional para ser definitiva. O tribunal tem até seis meses para decidir se Park tem de abdicar permanentemente ou pode voltar a assumir o cargo. Os seus poderes presidenciais estão suspensos, com o primeiro-ministro a liderar o Governo.

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O Ministério Público acusou Park de conluio com uma amiga para extorquir dinheiro e favores de algumas das maiores empresas do país, e de permitir que essa amiga, Choi Soon-sil, manipulasse assuntos de Estado.

A Samsung, o maior grupo empresarial do país, está sob suspeita de que patrocinou Choi Soon-sil no sentido de ganhar o apoio do Governo para a fusão, a qual era crucial para o herdeiro da empresa, Lee Jae-yong. A operação ajudou Lee, neto do fundador da Samsung e vice-presidente da Samsung Electronics, a fortalecer o seu controlo sobre a ‘joia da coroa’ do grupo, sem gastar o seu próprio dinheiro.

A Samsung deu 77,4 mil milhões de won (61,2 milhões de euros) a duas organizações sem fins lucrativos alegadamente controladas por Choi Soon-sil e utilizadas para expandir a sua riqueza pessoal.

Lee pediu desculpa por usar fundos empresariais para comprar um cavalo para a filha de Choi, Yoora Chung, uma atleta equestre, mas negou que a Samsung tenha procurado obter favores de Choi Soon-sil ou da administração de Park Geun-hye.

Os investigadores estão à procura de Chung, que se acredita estar na Alemanha.

Também há dúvidas relativamente às razões pelas quais a Samsung patrocinou financeiramente um centro desportivo de inverno gerido pela sobrinha de Choi, igualmente detida.