A Rússia assegurou, esta sexta-feira, que as sanções impostas pelos Estados Unidos por alegada ingerência nas eleições presidenciais norte-americanas tentam impedir o restabelecimento das relações bilaterais com a próxima Casa Branca, que será liderada por Donald Trump. “Aquelas decisões unilaterais têm como objetivo prejudicar as relações e dificultar o seu restabelecimento no futuro”, disse Konstantin Dolgov, representante do Kremlin para os Direitos Humanos, Democracia e Estado de Direito. O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, disse que o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, reserva-se ao direito de responder às decisões norte-americanas com medidas de igual magnitude.
O Presidente norte-americano anunciou, esta sexta-feira, sanções contra a Rússia após a sua ingerência nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, como a expulsão de 35 agentes dos serviços secretos e o encerramento de delegações russas no seu território. “Estas ações seguem-se a repetidos avisos privados e públicos feitos ao Governo russo e são uma resposta necessária e apropriada a esforços para lesar interesses norte-americanos, em violação das normas de comportamento internacional estabelecidas”, precisou.
Entre as medidas anunciadas, há sanções contra as agências de serviços de informações russas FSB e GRU; a classificação de 35 agentes russos como ‘persona non grata’, que têm agora 72 horas para abandonar o país; e o encerramento de dois edifícios em Nova Iorque e Maryland que os Estados Unidos dizem serem utilizadas para “objetivos relacionados com os serviços secretos”.
Os serviços secretos norte-americanos concluíram que o acesso a e-mails do Partido Democrata e da campanha de Hillary e a respetiva divulgação foram levados a cabo para pôr Trump – um ‘outsider’ da política que elogiou Putin – na Sala Oval. As sanções não se ficam por aqui, prosseguiu Obama, advertindo que os Estados Unidos tomarão outras medidas “no momento que escolherem”, entre as quais “operações que não serão publicamente divulgadas”.
A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, reagiu já ao anúncio das sanções, afirmando que Moscovo irá responder a quaisquer “medidas hostis” de Washington.