O britânico Lloyds, liderado pelo português António Horta Osório, deixou de ter o Estado como maior acionista individual da instituição que, depois da nacionalização de 2008, chegou a ter o Tesouro britânico como dono de 43% do capital. O Estado investiu 20,5 mil milhões de libras na nacionalização e já recuperou mais de 18 mil milhões de libras, retendo, ainda, uma participação de 5,95%.
Segundo comunicado divulgado esta segunda-feira pelo banco britânico, nos últimos dias a posição acionista dos contribuintes britânicos no Lloyds foi reduzida em um ponto percentual — então, para 5,95% –, um marco importante porque relega o Tesouro para a segunda posição na lista dos maiores acionistas individuais do banco. A gestora de ativos BlackRock passou a ser o maior acionista.
A posição acionista do Estado foi sendo reduzida gradualmente, sobretudo através de duas operações de reprivatização (venda de capital junto de investidores privados) em 2013 e em 2014. No final desse ano (2014), o Tesouro já tinha só 24,9% do banco. Depois houve mais uma redução, de 15 pontos percentuais, em 2015, que baixou a quota do Estado para menos de 10%. Agora, com a venda de mais ações, a participação desceu para 5,95%.
Em comunicado, António Horta Osório diz que “o anúncio de que o governo britânico já não é o nosso maior acionista é um marco importante no caminho do Lloyds Banking Group, no sentido de uma propriedade totalmente privada, retribuindo os capitais investidos pelo contribuinte, com lucro”. O presidente-executivo do Lloyds acrescentou que este “marco” também “reflete o trabalho intenso feito por toda a gente no Lloyds, ao longo dos últimos cinco anos, para transformar o grupo num banco simples, com baixo risco e focado no consumidor que está concentrado em ajudar o Reino Unido a prosperar”.