A Rússia prorrogou, por dois anos, a autorização de permanência do ex-analista da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Edward Snowden, no país, anunciou esta quarta-feira a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova. O ex-analista informático, de 33 anos, ficou conhecido depois de divulgar a alguns órgãos de comunicação social uma série de documentos que tornaram conhecidos os programas ilegais de vigilância em massa a cidadãos em todo o mundo levados a cabo por agências de serviços secretos.

Snowden vive na Rússia desde 2013, onde, segundo o advogado, encontrou trabalho no setor das tecnologias de informação, mas, por motivos de segurança, o seu paradeiro é mantido em segredo.

“O mais divertido é que o ex-subdiretor da CIA não sabe que se acabou de prorrogar a autorização de permanência de Snowden na Rússia por mais dois anos”, assinalou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, através do Facebook.

Maria Zakharova referia-se a um artigo de Michael Morell, em que o ex-subdiretor da CIA afirmava que o Presidente russo, Vladimir Putin, poderia oferecer a Donald Trump “uma prenda perfeita” por ocasião da sua tomada de posse: a extradição de Edward Snowden. “O que este homem da CIA propõe é a ideologia da traição”, sublinhou.

A Amnistia Internacional vai entregar, esta quarta-feira, uma petição, subscrita por mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, que insta o Presidente cessante dos Estados Unidos a emitir um perdão a Edward Snowden antes de deixar a Casa Branca. A iniciativa, que também junta a American Civil Liberties Union, Human Rights Watch, Demand Progress e CREDO Action, pede a Obama que o perdoe antes de terminar o seu mandato, na sexta-feira, dia 20.

A Amnistia Internacional considera que “Edward Snowden agiu no interesse público” ao fazer a “denúncia de práticas ilegais pelo Estado” e sustenta que “ninguém deve ser acusado por revelar informações sobre violações de direitos humanos”. “Sem ele, o mundo continuaria na ignorância sobre uma colossal invasão de privacidade, e, com o que ele fez, assistimos agora a um emergente movimento global que luta pelos direitos humanos online”, frisa a organização.

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