A Honda decidiu renovar por completo o seu Civic e não ficou pedra sobre pedra, uma vez que tudo é novo, do chassi às formas, passando pela mecânica, pelo menos no que respeita aos motores mais importantes para o mercado português. É claro que substituir um veículo que estreou no final de 2011, após um período de vida de apenas cinco anos (o normal é entre sete e oito), significa que algo estava mal com a antiga geração, a ponto de a marca ter de investir uma brutalidade para criar um automóvel completamente novo, muito antes de conseguir recuperar o investimento realizado no antigo.
Mas deixando de lado as questões financeiras do construtor japonês, a verdade é que o novo modelo cresce consideravelmente, atingindo agora 4,52 metros de comprimento (mais 15 cm) e isto na versão de cinco portas, uma vez que o Civic de quatro portas está previsto aparecer em Maio. A largura aumenta ligeiramente, enquanto a altura evolui de forma inversa, o que contribui para o habitáculo figurar entre os mais generosos do segmento, um pouco à semelhança do que acontece com a bagageira que, com 414 litros, é também das mais espaçosas.
Em termos mecânicos, a gama de motores arranca com as novas unidades a gasolina, ambas sobrealimentadas e com capacidades de 1,0 e 1,5 litros, o primeiro com 129 cv, enquanto o segundo disponibiliza 182 cv. Acoplada pode estar uma caixa manual de seis velocidades ou outra de variação contínua, vulgo CVT. Alternativas a gasóleo também há, mais precisamente o 1.6 turbodiesel de 120 cv que já conhecíamos na antiga geração.
O motor mais interessante para o mercado português é efectivamente o 1.0 Turbo de 129 cv, pois não só é o mais acessível na tabela de preços, como é o melhor motor do segmento. Com apenas três cilindros, recorre a uma série de truques – todos eles muito sofisticados e caros – para elevar a potência e diminuir o consumo e, por tabela, as emissões poluentes. Começa por incluir a distribuição variável VTEC, que comanda o avanço da abertura e fecho das válvulas, para controlar mesmo o levantamento das válvulas de admissão. Monta pistões refrigerados a óleo e válvulas de escape arrefecidas a sódio (no interior das hastes), tudo isto para lhe garantir a maior potência do mercado, em veículos produzidos em série e sem vocação exclusivamente desportiva. Resta esperar por Março e ter à mão pouco mais de 23 mil euros.