A Uber escolheu o ex-Procurador-geral, Eric Holder, que trabalhou durante a presidência Obama, para investigar o alegado caso de assédio sexual denunciado por uma antiga funcionária da empresa, a engenheira informática Susan J. Fowler. O presidente-executivo da Uber, Travis Kalanick, comunicou a escolha aos funcionários e confirmou a informação ao The Guardian, através de um email partilhado, que Holder irá conduzir a uma “análise independente” do caso.

O caso de Susan Fowler tornou-se viral depois da engenheira ter confessado que sofreu de discriminação no local de trabalho por ser mulher, tendo sido vítima de assédio sexual, como contou no seu blogue. No email enviado por Kalanick é possível ler-se que é uma prioridade da empresa “apoiar e lutar por aqueles que sofrem qualquer tipo de injustiça”. Na comunicação divulgada internamente, o CEO confirmou que apenas 15% dos engenheiros, gestores de produto e cientistas da empresa são mulheres.

De acordo com Susan Fowler, desde o início do seu tempo na empresa, em 2015, que viveu momentos de assédio, e até recebeu uma proposta de sexo por um dos funcionários superiores da empresa. Além do assédio sexual, a ex-funcionária da empresa relatou ainda diversas situações de discriminação de género, como por exemplo encomendarem casacos de pele para os funcionários, mas que “não se justificava encomendar também para as mulheres devido ao número reduzido de pessoas”.

Eric Holder foi procurador geral durante o período de Barack Obama na Casa Branca e deverá agora ficar encarregue de averiguar a situação pela qual a Uber está a ser acusada. A empresa ainda se encontra a recuperar do movimento #DeleteUber, que se tornou viral devido ao suposto apoio prestado pela empresa a Donald Trump e que levou a que um grande número de pessoas desinstalasse a aplicação da empresa e optasse por serviços alternativos.

A empresa especializada em transporte particular tem sido criticada por se recusar a divulgar informação sobre os seus colaboradores, ao contrário de outros gigantes do setor, como Apple, Twitter, Google ou Facebook, que têm publicado relatórios sobre o seu staff. O objetivo destas informações é tornar públicos os dados sobre o perfil dos colaboradores e expor a falta de diversidade na força de trabalho. Sobre esse critério, o único dado foi revelado por Kalanick: os 15% de mulheres que trabalham na empresa em lugares mais especializados, como engenheiras ou gestoras de produtos não mudou significativamente. Mas recusou-se a esclarecer a percentagem de mulheres em cargos de chefia na Uber.

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