O chefe do Governo de Macau disse esta sexta-feira que não faz previsões sobre a possibilidade de haver mais do que um candidato ao cargo em 2019, o que só se verificou uma vez na região, ao contrário de Hong Kong.

“Eu não consigo fazer nenhuma previsão sobre a situação [das eleições para o chefe do executivo] em 2019. Mas vamos fazer com que este Governo possa garantir que as eleições para o chefe do executivo sigam a legislação (…). Primeiro, os candidatos têm que ter as suas condições, os requisitos, para participarem, para se candidatarem. Eu não consigo, por enquanto, dar nenhuma resposta concreta”, disse Fernando Chui Sai On.

O chefe do executivo de Macau respondia a uma questão dos jornalistas no aeroporto de Macau, à partida para Pequim, onde no domingo vai participar na cerimónia de abertura da quinta reunião da 12.ª Assembleia Popular Nacional. Em Hong Kong, a eleição para o próximo chefe do executivo é disputada no próximo dia 26 de março, por três candidatos: A ex-número dois do atual Governo, Carrie Lam, o ex-secretário para as Finanças John Tsang e o juiz aposentado Woo Kwok-hing.

Em Macau, a mesma eleição decorre em 2019, depois de Chui Sai On cumprir dois mandatos como chefe do executivo, não podendo por isso recandidatar-se. Ao contrário do que acontece em Hong Kong, onde habitualmente há vários candidatos ao cargo do chefe do executivo, em Macau essa situação verificou-se uma única vez, nas primeiras eleições, em 1999, participadas por Stanley Au Chong Kit e Edmund Ho, e vencidas por este último.

Tanto em Macau como em Hong Kong — as duas Regiões Administrativas Especiais da China — as eleições não são realizadas por sufrágio universal. O líder do Governo é escolhido pelo colégio eleitoral que representa a sociedade quer através de cargos como os de deputados à Assembleia Legislativa, quer por serem indicados por associações e grupos profissionais da cidade. No caso de Hong Kong, o comité eleitoral responsável pela seleção do candidato é composto por 1.200 membros representativos dos vários setores da sociedade, enquanto em Macau tem 400.

No Governo de Macau desde 20 de dezembro de 1999 – dia em que Macau passou a ser uma Região Administrativa Especial da China com autonomia administrativa, legislativa e judicial – Fernando Chui Sai On desempenhou, primeiro, o cargo de Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, que suspendeu já em 2009 para se candidatar à liderança do Governo, cargo que assumiu a 20 de dezembro do mesmo ano depois de dois mandatos sob a liderança de Edmund Ho.

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