Wolfgang Schauble reagiu à pressão de vários governantes que estão a pedir a demissão de Jeroen Dijsselbloem. Mas o ministro das Finanças alemão foi subtil: comenta, mas se compromete. E passou a mensagem através de um porta-voz: “O senhor Schauble valoriza muito o trabalho do senhor Dijsselbloem como presidente do Eurogrupo”, comunicou, citado pela Reuters.

Na breve mensagem, o ministro alemão reforçou ainda a ideia de que não gostaria de ver mais perturbações ao trabalho do seu homólogo holandês. “Esperamos, enquanto este governo estiver em funções, que se mantenha uma presidência do Eurogrupo totalmente funcional”, comentou o mesmo porta-voz. E mais: “Não atribuo pontos pelo estilo nas entrevistas”.

Esperamos, enquanto este governo estiver em funções, que se mantenha uma presidência do Eurogrupo totalmente funcional”, comentou 0 porta-voz de Wolfgang Schauble.

A entrevista de que fala Schauble e que está na origem da polémica nos últimos dias foi dada por Dijsselbloem ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung e publicada no início desta semana. O ministro das Finanças holandês falou ao jornal sobre como, “durante a crise do euro, os países do Norte mostraram solidariedade para com os países afetados pela crise”. Dijsselbloem – cujo partido sofreu uma derrota pesada nas eleições da semana passada na Holanda -, equiparou a situação dos países que necessitaram de ajuda europeia a quem esbanja dinheiro — logo em “mulheres e álcool” — e, depois, quer ter assistência financeira sem que isso envolva responsabilidades.

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Confrontado nos dias seguintes por eurodeputados em Bruxelas, numa sessão parlamentar, com as declarações dadas ao jornal alemão, o holandês reafirmou tudo o que já tinha dado e deu origem a uma vaga de protestos e pedidos de desculpa e demissão do cargo de presidente do Eurogrupo. Apesar de ter sido considerado “insultuoso” e “mal-educado” por alguns eurodeputados, o holandês defendeu-se explicando que o que está em causa é a “solidariedade” entre os países — essa solidariedade só pode existir se os países respeitarem as regras orçamentais europeias.

“Não se pode gastar em mulheres e álcool e, depois, pedir ajuda”, diz presidente do Eurogrupo