O Governo vai inscrever um défice de 1% nas previsões para 2018 do Programa de Estabilidade que vai entregar em Bruxelas até ao final deste mês, de acordo com o Expresso. O valor é uma décima acima do que estava no Programa de Estabilidade entregue há um ano em Bruxelas, 0,9%. Mantém-se o esforço previsto em relação a 2017: cinco décimas de redução face ao défice que o Governo inscreve no mesmo documento para este ano. As previsões de crescimento ficam como estavam, tal como tinha adiantado o Observador, e as do desemprego são as que descem mais.

Note-se que o défice que está no Orçamento do Estado, que o Governo aprovou em outubro passado é de 1,6%: ou seja, acima do que estava no Programa de Estabilidade entregue há um ano em Bruxelas. Mas agora o Governo mantém o otimismo e considera que conseguirá atingir um défice de 1,5% no final do ano. Quando há um ano entregou o mesmo documento na Comissão Europeia, integrado no semestre europeu em que os países indicam as suas estratégia para os próximos quatro anos, o défice esperado pelo Governo para 2016 era de 2,2% do PIB e, no final, ficou em 2%. É apoiado nesta evolução que o Governo mantém o otimismo, mas também nas perspetivas de crescimento em 2017.

Ainda assim, no capítulo do crescimento, mantém-se tudo igual ao Programa de Estabilidade anterior: 1,8% de crescimento do PIB em 2017 e 1,9% em 2018. Outra sustentação para as previsões confiantes do Executivo é a queda do desemprego, que no novo Programa de Estabilidade passam de 10,9% (era o que também estava no Orçamento) para 9,9%, previstos em 2017. Em 2018, a expectativa continua a ser de queda: no anterior Programa, o Governo previa 10,4% de desemprego e no que entrega agora colocou 9,3%.

O Governo prepara-se para aprovar o Programa, bem como o Plano Nacional de Reformas, no Conselho de Ministros desta quinta-feira e ao Observador, um membro do Governo diz que o principal objetivo é que o Programa passe em Bruxelas, onde tem de ser aceite. Assim, o Governo acabou por não alterar as metas que podiam dar sinal de excesso de confiança, fazendo soar alarmes em Bruxelas, e manteve as previsões de crescimentos inalteradas face ao ano passado.

Governo evita alarmar Bruxelas no Programa de Estabilidade e mantém metas de crescimento

Já no défice o Governo acaba por reafirmar o esforço de contenção. É que apesar de o valor agora apresentado ser superior em uma décima ao previsto no ano anterior, mantém-se o mesmo esforço de contenção orçamental, ou seja, a distância entre o défice de 2017 e o de 2018 é igual à que estava previsto há um ano.

Depois de aprovados, os dois documentos serão debatidos na Assembleia da República na próxima quarta-feira.