Várias centenas de habitantes e autarcas de Almeida manifestaram-se esta quarta-feira contra a decisão do fecho da agência local da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e exigiram a sua manutenção naquela vila do distrito da Guarda.
Com o protesto, realizado no Largo 25 de Abril, no exterior das muralhas da vila, os participantes pretenderam alertar a administração da CGD para a manutenção da agência local que deverá encerrar no dia 27. O presidente da Câmara Municipal de Almeida, António Baptista Ribeiro, disse que o concelho não pode ser “discriminado” pela CGD, por ser a única sede de um município a perder um balcão, e deixou claro que a luta irá continuar.
Vamos até Lisboa, se for preciso. Com certeza, vamos até Lisboa. Vamos onde for necessário. A luta continua. Com certeza que a luta continuará”, afirmou o autarca no seu discurso.
O vice-presidente da autarquia, Alberto Morgado, afirmou que a agência da CGD deve continuar de portas abertas, porque no concelho existem duas – em Almeida e Vilar Formoso – mas considera que a de Vilar Formoso é de âmbito nacional. “A agência de Vilar Formoso deve ser considerada uma agência de âmbito nacional. Ela é importante não só para o concelho de Almeida como para o país”, justificou.
Em relação ao banco na sede de concelho, disse que os habitantes não devem ficar privados “dos serviços públicos da CGD”. Assim, reconhece que “é impensável o encerramento” da agência, porque “tem as suas repartições públicas associadas”.
Os habitantes de Almeida participaram no protesto com alguns cartazes com mensagens como: “Caixa em Almeida Sim! Mais um deserto no interior, não”; “Almeida é a única sede de concelho sem agência da CGD”; “Encerrar CGD em Almeida é crime nacional”. A habitante Cândida Silva, de 80 anos, disse à agência Lusa que “a luta continua” e que a CGD “não pode fechar”.
“Almeida é histórica, Almeida é pequenina”, disse, mas garantiu que os habitantes, se for necessário, dormirão junto das instalações da agência para evitar que encerre. Outro habitante, Leonel Ferreira, de 73 anos, referiu que o fecho do balcão do banco público é “o princípio do fim da vila”, pois, se fechar, terá de se deslocar a Vilar Formoso, o que considera “incómodo”.
“Merecemos a CGD em Almeida. Faz falta a toda a gente. Quando eu nasci já cá estava”, declarou Josefina Albano, de 82 anos. Ao lado dos habitantes e dos autarcas estiveram os deputados Paulo Sá (PCP) e Moisés Ferreira (BE). Paulo Sá disse aos habitantes que a luta “é justa” e que podem contar com o PCP para tentar reverter a decisão do fecho da agência da CGD. Moisés Ferreira também assumiu que ainda é possível retroceder a decisão e “manter a agência da CGD aberta”, prometendo que o BE tudo fará nesse sentido. A concentração terminou após os participantes se deslocaram ao interior das muralhas da vila, onde está situada a agência da CGD.
Para dia 19, às 9h00, está marcada nova manifestação, caso a administração da CGD não mude de ideias em relação ao fecho do balcão.