Após cerca de 10 anos de pesquisa e desenvolvimento, o projecto do automóvel autónomo da Google está prestes a tornar-se um serviço passível de ser utilizado pelo cidadão comum. Ou, pelo menos, pelos habitantes da cidade norte-americana de Phoenix que se candidatem a integrar a fase de testes em condições reais de circulação do veículo desenvolvido pela divisão para a condução autónoma da Google, a Waymo.
Considerado um passo decisivo para uma futura comercialização do serviço, esta fase de testes implicará, desde logo, que a Waymo adicione à sua frota qualquer coisa como 500 exemplares do monovolume Chrysler Pacifica especialmente adaptados a este efeito. Um modelo que há já algum tempo tem vindo a ser testado por pessoal da empresa e pilotos de testes profissionais, e que agora permitirá, com esta abertura ao público em geral, recolher dados determinantes acerca da experiência de utilização e perceber melhor que rumo deverá seguir no futuro esta solução. O CEO da Waymo, John Krafcik, confirma isso mesmo:
Estamos naquele ponto em que é realmente importante perceber como é que as pessoas comuns, fora do ambiente da Google, irão utilizar esta tecnologia. O nosso objectivo é que a utilizem para todas as suas necessidades de transporte.”
Para tal, a Waymo permitirá que os residentes da área metropolitana de Phoenix subscrevam o serviço, podendo reservar um veículo através de uma app, sendo o respectivo uso totalmente gratuito. Os participantes poderão utilizar os Chrysler Pacifica autónomos a qualquer dia e a qualquer hora, numa área que, segundo Krafcik, representa duas vezes o tamanho da cidade de São Francisco.
Não obstante a sua frota de automóveis autónomos de testes contar já com quase 5 milhões de quilómetros percorridos, e apesar de algumas críticas de que foi alvo por não ter lançado mais cedo um serviço destinado ao utilizador comum (algo com que a Uber já conta em vários pontos dos EUA), a Waymo insiste em ser extremamente cautelosa em matéria de segurança. Por isso, os eleitos para utilizar este novo serviço em Phoenix ocuparão o lugar do passageiro, já que no lugar do condutor estará sempre um colaborador da Waymo, ou alguém por si contratado para o efeito, que possa assumir o controlo das operações em caso de emergência – mesmo que a meta seja, a seu tempo, dispensar a sua presença. Os passageiros serão, também, os primeiros a ver em acção os novos controlos e instrumentos desenvolvidos pela Waymo para os seus veículos autónomos.