Mais do que uma mulher perigosa (como intitula o seu alter ego e último álbum), Ariana Grande emana uma inocência sedutora q.b. que chamou à atenção desde os seus primeiros dias na Broadway. Estávamos em 2008 e, com apenas 15 anos, a norte-americana interpretou Charlotte em 13 com um talento ingénuo e uma voz doce. Habituada às entradas e saídas dramáticas, pintou os seus cabelos de vermelho vibrante para dar cara à extrovertida Cat Valentine na série adolescente Victorious e iCarly — justamente a cor do red velvet cupcake favorito da personagem — em 2010. Na passadeira vermelha, os conjuntos eram tímidos, femininos e simples. Os raros acessórios eram compensados por um rabo-de-cavalo alto que não só favorecia os traços angelicais da atriz como evidenciava a maquilhagem sempre imaculada.
Dois anos depois, Ariana Grande lançou a sua carreira de cantora e disse adeus às tintas encarnadas. A par das madeixas ombré, os vestidos cai-cai — de preferência com padrões floridos — tomaram conta do seu armário. Para compensar os modestos 1,53 metros de altura, a atriz transformou os saltos altos com plataforma nude na sua imagem de marca. Em 2016, foi lançado o seu primeiro single com participação especial de Mac Miller (atual namorado da norte-americana com descendência italiana). Foram vendidas mais de 120 mil cópias nas primeiras 48 horas e, seis meses depois, o álbum de estreia Yours Truly veio provar que Ari (como lhe chamam os fãs) tem tanto de Mariah Carey como de Gloria Estefan.
Mas a sua voz, classificada como soprano lírica e uma extensão vocal de quatro oitavas regulares, também passou a viver de coordenados curtos de duas peças e bandoletes com orelhas. A explicação? “Simplesmente tenho-me vestido de gato no Dia das Bruxas dos últimos anos e adoro”, admitiu em entrevista à rádio Power 106. Com o segundo álbum de estúdio, a imagem virou símbolo para uma legião de fãs que defende uma alimentação vegan e é contra testes em animais, à semelhança da cantora. As botas, essas, querem-se acima do joelho e as unhas longas, pintadas de branco. Tanto os brincos de pérolas como as gargantilhas também são fortemente recomendadas pelos arianators.
O ano de 2016 trouxe conjuntos românticos, repletos de tule e renda, com peças tendência assinadas por Moschino e Versace. A participação na série televisiva Scream Queens, no papel de Chanel #2, culminou em múltiplos brilhos, transparências e sofisticação dentro e fora do palco. A elegância conquistou Ariana Grande um ano depois — ora de franja, ora de apanhado — e valeu-lhe o título de ícone de estilo, a ponto de deixar a sua capacidade lírica com dor de cotovelo. Em fotogaleria, comprove porquê e acompanhe a evolução de estilo da cantora que, este domingo, atua em Portugal.