Os suspeitos de terem causado a queda do avião da Malaysia Airlines, que viajava de Amesterdão para o Kuala Lumpur, em julho de 2014, vão ser julgados na Holanda, anunciou esta quarta-feira em comunicado o ministro dos Negócios Estrangeiros holandês, Bert Koenders, num processo que descreveu como sendo baseado “na cooperação e apoio internacional”.
“Graças ao tratado com a Ucrânia”, que integra a equipa conjunta de investigação (JIT, na sigla inglesa) “vai ser permitir que a acusação inclua todas as vítimas”. “Isto é importante, uma vez que as vítimas são provenientes de 17 países diferentes dos cinco continentes”, explicou Bert Koenders, sem nunca adiantar o nome dos suspeitos. A investigação, liderada pela Holanda, ainda está a decorrer, e por isso não é possível avançar para já com uma data para o início do julgamento.
O avião da Malaysia Airlines despenhou-se a 17 de julho de 2014 perto de Donetsk Oblast, na Ucrânia, depois de ter interrompido as comunicações a 40 quilómetros da fronteira com a Rússia. A queda do voo MH17 provocou a morte de 298 pessoas, 196 das quais de nacionalidade holandesa.
O incidente, que aconteceu numa altura em que se travava uma batalha pelo controlo da região, foi investigado por uma equipa liderada pela Holanda, e na qual participatam também a Austrália, Bélgica, Malásia e Ucrânia. O relatório final, divulgado em 2016, concluiu que o sistema de mísseis terra-ar usado para abater o avião da Malaysia Airlines era russo, estava localizado na Rússia e tinha sido enviado para a Ucrânia a pedido de rebeldes separatistas ucranianos apoiados por Moscovo.