Fornecedor de componentes automóveis que tem vindo a participar igualmente no desafio do carro autónomo, a empresa alemã Robert Bosch GmbH anunciou estar a desenvolver um “cérebro” artificial para aplicação nos futuros automóveis autónomos, o qual, contando com uma nova inteligência artificial, deverá conseguir tomar decisões mais rápido que um humano. Passagem à produção? Já em 2020.
Ainda de acordo com informações prestadas pela própria companhia, esta nova inteligência artificial, que segundo os seus criadores deverá ser capaz de realizar até 30 triliões de operações computacionais por segundo – três vezes mais que o cérebro humano -, será inicialmente aplicada nos Robocabs, táxis autónomos que a Robert Bosch tem vindo a desenvolver em conjunto com a Daimler.
O sistema agora apresentado tem ainda como mais-valia o facto de conseguir cumprir um processo de aprendizagem, a partir das experiências vividas por outros veículos autónomos e reunidas numa cloud. Uma vez validada pelos engenheiros, esta informação passará a estar acessível a todas as viaturas ligadas ao sistema, as quais verão assim melhorada a sua capacidade para lidar com quaisquer situações de tráfego com que se deparem.
Considerada crucial no desenvolvimento dos veículos autónomos, a inteligência artificial que a Bosch está a criar tem na base “um chip que está a ser desenvolvido pela Nvidia, que é também o mais avançado fabricante deste tipo de componentes, no mundo”, explica o director da divisão de condução autónoma da empresa alemã, Gerhard Steiger. Acrescentando que “os algoritmos do software que funcionará no chip serão concebidos internamente, pela própria Bosch”, ao mesmo tempo que “a arquitectura electrónica será algo totalmente diferente daquilo que foi feito até agora”.
De resto, e conforme também reconhece a empresa, componentes como os radares, as câmaras e até o sistema LIDAR, acabam por gerar uma enorme quantidade de dados, levando a que um carro autónomo produza praticamente um gigabyte de informação por segundo. Sendo que os sensores terão de garantir à viatura uma visão de 360º e a inteligência artificial tem de ser capaz de processar toda essa informação, praticamente, em tempo real. Isto com a vantagem de, face aos humanos, o sistema nunca se distrair ou perder a concentração, sublinha a Bosch.