A Amazónia tem um importância fundamental para o planeta, através do ar que respiramos, da água que bebemos ou dos ingredientes que fazem parte dos medicamentos que usamos. Agora, é possível explorar esta ligação à grande floresta americana através da Voyager, uma plataforma do Google Earth.
São 11 histórias interativas que remetem para diferentes partes da floresta amazónica e são contadas pelos povos que lá vivem. Fernando Meirelles, produtor de cinema brasileiro, produziu os vídeos.
Através dos vídeos, do mapeamento, do áudio e da realidade virtual 360º, disponíveis em web e mobile, as histórias cobrem uma diversidade de problemáticas que a Amazónia enfrenta.
O Instituto Socioambiental brasileiro fez uma parceria com o Voyager para que fosse disponibilizado um atlas das terras indígenas no Brasil e das pessoas que lá vivem. As histórias interativas, contadas nos vídeos pelas próprias comunidades, completam estes mapas.
Povos como os Tembé e os Paiter Suruí, que utilizam tecnologias de monitorização para protegerem os territórios de invasões ilegais e da desflorestação, contam as suas histórias no Voyager. Assim como, os Yawanawá, uma tribo que vive sob a liderança de mulheres.
Almir, líder do povo indígena Paiter Suruí, descobriu as funcionalidades do Google Earth e viu na plataforma uma forma de proteger o património e tradições daquela tribo. Assim, fez uma proposta ao Google, que acabou por dar origem a um mapa on-line dos Suruí, que acabou por se tornar na primeira comunidade indígena a receber fundos para preservar as suas terras.
A tecnologia é um ferramenta importante que nos ajuda a proteger a floresta e a manter vivas as nossas tradições”, disse Ubiratan Suruí, Suruí Indigenous People’s Association.
Depois de Suruí, o projeto abrangeu mais 30 comunidades da Amazónia. Com a adição de territórios brasileiros, existe já um total de 472 territórios registados nestes mapas interativos que começaram a ser trabalhados em 2007.