Provavelmente por oferecerem uma formação muito especializada, poucas vagas e numa área privilegiada como é a saúde, as três Escolas Superiores de Enfermagem que existem no País aparecem no cimo de uma tabela alinhada pelas taxas de desemprego mais baixas. Já as primeiras universidades a aparecerem no topo das garantias de empregabilidade são as duas da capital portuguesa: a Universidade Nova (4,19%) e a Universidade de Lisboa (5,18%).
Por outro lado, pegando na informação disponibilizada pela Direção Geral do Ensino Superior e pela Direção Geral de Estatísticas da Educação, e fazendo uma média ponderada tendo em conta o número total de diplomados nos últimos quatro anos, é possível perceber que os politécnicos são as instituições de ensino superior que oferecem menos garantias de emprego no final do curso, com o Politécnico de Bragança a registar uma taxa de desemprego de 12,27%, em 2016. Pior mesmo só a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (12,83%).
Estes números são influenciados, seguramente, pela localização das instituições — quase todas no interior do País –, o que acaba por contribuir também para a baixa atratividade dos cursos e baixa procura por parte dos estudantes, apesar das bolsas criadas para apoiar os estudantes que escolhessem zonas de baixa densidade populacional.
A verdade é que não há regra sem exceção e o Politécnico de Lisboa surge no top 10 das instituições com uma taxa de desemprego mais baixa (5,61%), logo com o de Setúbal por perto (6,39%).
Não sei se por terem este indicador em conta ou não, a verdade é que as preferências dos alunos têm recaído sobretudo sobre as instituições que aparecem melhor neste quadro. No ano passado, levando em consideração os resultados da 1ª fase de acesso ao Ensino Superior, quase 9.100 alunos escolheram a Universidade de Lisboa em primeiro lugar, muito acima das vagas disponibilizadas pela mesma: 7.651. Este ano são apenas mais 10.
A segunda instituição de Ensino Superior preferida dos portugueses é a Universidade do Porto. No ano passado, 7.738 estudantes escolherem, como primeira opção, um curso lecionado nessa universidade.
Não sendo este um indicador da empregabilidade perfeito, uma vez que deixa de fora os desempregados que não se inscrevem em centros de emprego e aqueles que estão a trabalhar em áreas completamente distintas da sua formação, é o único que existe que permite ter alguma noção das garantias de cada curso ao nível da absorção pelo mercado de trabalho.
A primeira fase de candidaturas ao Ensino Superior arranca esta quarta-feira, dia 19 de julho, e prolonga-se até dia 8 de agosto. Os resultados serão conhecidos a 11 de setembro.