Rotem Bides, estudante de arte em Jerusalém, já visitou o campo de Auschwitz diversas vezes e, durante essas visitas foi roubando alguns artigos do antigo campo de concentração nazi, incluindo uma placa que dizia “Não remover nenhum objeto”.

Bides, cujos avós sobreviveram ao Holocausto, disse ao jornal israelita Yedioth Ahronoth que agiu sem qualquer preocupação, porque tinha a esperança de que com o passar do tempo o extermínio nazi, que matou mais de um milhão de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, “se transformaria num mito”.

Para se defender, Bides relatou ao Yedioth Ahronoth que sentiu que estava a fazer algo que precisava de fazer, pelo bem do seu projeto de graduação.

Eu senti que era algo que eu tinha de fazer. Milhões de pessoas foram assassinadas com base nas leis morais de um certo país, sob um certo regime. E se estas são as leis, posso ir lá e agir de acordo com as minhas próprias leis. As regras são determinadas pelos humanos e a moral é algo que muda de tempos em tempos e de cultura para cultura”, afirmou citada pelo The Guardian.

Os objetos roubados pela jovem de 27 anos incluem fragmentos de vidro, pequenas tigelas, um parafuso de mental e chão.

A sua supervisora académico, a premiada artista Michal Na’aman, pareceu querer justificar a ação da sua estudante, dizendo ao jornal israelita que “não via nada de errado nas ações de Bides”.

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Não acho que haja algo de errado na atitude de Bides. Em vez disso, achei que o seu esforço para quebrar a barreira que nos separa da aversão aos eventos da Segunda Guerra Mundial e isso é uma coisa das artes”, disse Na’aman.

Porém, o memorial de Auschwitz-Birkenau exigiu que Israel interviesse e garantisse que todos os objetos roubados fossem devolvidos. Em comunicado, o antigo campo de concentração nazi descreveu este incidentes como um “ultraje”.

É difícil que o roubo seja justificado de alguma forma, mesmo através da arte”, referiu.

Esta não é a primeira vez que objetos de Auschwitz foram roubados. O caso mais popular remota a 2009, quando um sinal de metal do portão do campo, que tem inscritas as palavras “Arbeit Macht Frei” (“O trabalho liberta-te”) foi levado por ladrões.

Há ainda referência a um outro caso, em 2011, quando um funcionário do governo local israelita tirou vários objetos que estavam no chão, ao lado de uma vitrina. Estes itens foram, mais tarde, descobertos por funcionário do aeroporto de Cracóvia.

Moti Posloshani, filho de sobrevivente do Holocausto, e autor do crime de 2011, disse ao Yeditoh Ahronoth que queria “proteger os objetos” que roubou e entregá-los a Yad Vashem, um museu em Jerusalém.