O número de mortos do incêndio de Pedrógão Grande deve fixar-se nos 65 e não nos 64 que têm sido até agora anunciados pela autoridades. A informação é publicada no semanário Expresso deste sábado, que acrescenta à lista dos 64 óbitos o nome de Alzira Costa, viúva residente em Senhora da Piedade, que foi atropelada enquanto fugia ao fogo.
Àquele jornal, a filha da 65ª vítima do incêndio de Pedrógão, Laura, diz que a mãe “fugiu para ir ter com as vizinhas”. “Levava uma lanterna, o telemóvel e o dinheiro que tinha em casa e foi encontrada na estrada, com a cabeça e o braço partidos”, disse. Na altura, o autor do atropelamento fugiu, mas a filha de Alzira Costa terá sido informada de que a GNR já identificou o responsável.
Por trás da não inclusão de Alzira Costa na lista de mortos apresentada pelo Governo estará o facto de a viúva não ter morrido por inalação de fumos nem por queimaduras. Porém, entre os 64 óbitos anunciados pelas autoridades há pelo menos uma caso em que a vítima também morreu num acidente rodoviário. Trata-se de Gonçalo Conceição, bombeiro de Castanheira de Pera, que ficou gravemente ferido na sequência de um choque entre duas viaturas enquanto combatia o incêndio na madrugada de 18 de junho. Viria a morrer a 19 de junho, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
Além de adiantar que, entre os 200 feridos que a tragédia causou, 14 ainda estão hospitalizados, o Expresso publica ainda uma lista com os nomes das 65 vítimas mortais do incêndio de Pedrógão Grande. A lista foi elaborada pelo próprio jornal, que viu ser-lhe negado um pedido para divulgação da lista oficial, com o Ministério da Justiça a alegar que esta se encontra sob segredo de justiça. Neste momento, o Departamento de Investigação e Ação Penal da Comarca de Leiria leva a cabo um inquérito-crime para poder apurar as causas do incêndio e o procedimento das autoridades enquanto este deflagrava.