O incêndio que deflagrou no domingo na Sertã, distrito de Castelo Branco, e se estendeu esta segunda-feira ao concelho de Mação continua a gerar “muita preocupação” devido ao vento e aos reacendimentos neste município do distrito de Santarém. Pelo menos 158 pessoas foram retiradas das habitações, sendo que algumas já regressaram a casa, indicou uma fonte da Proteção Civil.

“158 pessoas foram retiradas das suas casas”, disse a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Patrícia Gaspar, referindo que algumas já puderam regressar às habitações durante a manhã e outras estão ainda a ser deslocadas.

A A23 está cortada nos dois sentidos entre o nó de Perdigão e o de Sarnadas. Também a Estrada Nacional 3 está cortada na mesma zona.

De manhã o incêndio esteve mais controlado, sem aldeias em perigo e com a área de frente de fogo em Mação consolidada, mas, de tarde, com o aumento das temperaturas, o vento que se faz sentir e os poucos meios no terreno, continuamos com uma situação delicada“, disse à Lusa o vice-presidente da Câmara de Mação, António Louro, cerca das 16:00.

António Louro, que é também o responsável pela Proteção Civil municipal, disse ainda que, “de momento, não há pessoas em perigo”, tendo, no entanto, referido um “reacendimento intenso na zona de Roda”, na freguesia de Cardigos.

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“Estamos a preparar a retirada da população das aldeias de Mesão Frio e Moita Recome para Cardigos, cerca de 20 pessoas [em cada aldeia], por uma questão de precaução. Os homens estão no terreno há 24 horas, não são suficientes para o caso de o incêndio tomar grandes proporções, e será por uma questão de segurança”, afirmou António Louro.

António Louro havia referido à Lusa, durante esta madrugada, que “houve necessidade de retirar algumas pessoas” de três aldeias, tendo ardido uma habitação, tratores, barracões e diversas viaturas. O responsável disse ainda que as estradas estão abertas à circulação automóvel e que há dificuldades de comunicações móveis devido a “má rede”.

O incêndio que deflagrou ao final da tarde, às 17h55, na freguesia de Santo André das Tojeiras, em Castelo Branco, passou já para o concelho de Vila Velha de Ródão.

Toda a zona de Alvaiade, Sarnadinha, Cerejal e Tavila… já ardeu tudo. A única coisa que ficou foram as casas. De resto está tudo queimado”, afirmou José Manuel Alves.

O vice-presidente deste município do distrito de Castelo Branco explicou que o fogo continua com uma frente ativa. “Estamos a colocar meios para evitar a progressão do incêndio”, explicou, disse à Lusa o comandante dos Bombeiros de Castelo Branco, José Neves, adiantando que o incêndio que teve início em Vale do Coelheiro.

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O incêndio deflagrou no domingo, no concelho da Sertã, distrito de Castelo Branco, na localidade de Mosteiro de São Tiago, na freguesia de Várzea dos Cavaleiros, tendo o alerta sido dado às 13h47. Posteriormente, estendeu-se ao concelho vizinho de Proença-a-Nova (Castelo Branco) e a Mação, já no distrito de Santarém.

Segundo a página da internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), às 19h40, estavam neste incêndio 960 bombeiros, apoiados por 309 viaturas e 8 meios aéreos.