A presidente do CDS-PP considerou “muitíssimo preocupante” que na Venezuela se caminhe “para uma profunda ditadura de esquerda radical”, defendendo que o Governo deve manifestar disponibilidade para resolver o problema dos quase 500 mil portugueses que lá vivem.
“Obviamente, na perspetiva do CDS, o que se se está a passar na Venezuela é muitíssimo preocupante. Caminha-se a passos largos para uma profunda ditadura, uma ditadura de esquerda radical e a nossa preocupação está, em primeiro lugar, nos quase 500 mil portugueses que estão na Venezuela, que habitam na Venezuela”, afirmou a líder democrata-cristã, Assunção Cristas, em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao Bairro S. João de Brito, enquanto candidata do CDS-PP à Câmara de Lisboa.
O CDS-PP, segundo a presidente centrista, está preocupado com o que pode acontecer a estes portugueses e, por isso, defende “que o Governo, que o país tem que manifestar a sua disponibilidade para resolver o seu problema”.
“Naturalmente que na nossa perspetiva os portugueses estarão melhor a viver numa democracia do que numa ditadura e aquilo que se está a passar neste momento e tem sido condenado por todas as instâncias – e certamente também condenado pelo CDS – é uma deriva inadmissível”, condenou.
A União Europeia recusou, na quarta-feira, reconhecer a Assembleia Constituinte eleita no domingo na Venezuela e pediu que a “instalação efetiva” daquele órgão seja suspensa, de acordo com declarações da chefe da diplomacia, Federica Mogherini, em nome dos Estados-membros do bloco comunitário.
Também na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou que Portugal, tal como os restantes países da União Europeia, não pode reconhecer a Assembleia Constituinte da Venezuela eleita domingo, a qual classificou de “um passo negativo”.
Convocada a 01 de maio pelo Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, a eleição da Assembleia Constituinte decorreu no domingo passado sob uma forte vigilância militar.
Maduro convocou a eleição com o principal objetivo de alterar a Constituição em vigor, nomeadamente os aspetos relacionados com as garantias de defesa e segurança da nação, entre outros pontos.