Até aqui um dos principais acusados, pelas autoridades norte-americanas, de responsabilidades no falseamento das emissões dos motores diesel do Grupo Volkswagen, o ex-engenheiro da Audi Zaccheo Giovanni Pamio parece ter decidido colocar tudo a limpo. Segundo avança o New York Times, acusa todos os dirigentes de topo da marca dos quatro anéis de, ao contrário do que terão afirmado perante os investigadores, terem conhecimento de que os motores comercializados tanto na Europa, como nos EUA, não conseguiriam cumprir os parâmetros definidos pelas autoridades dos dois mercados.
De acordo com o mesmo jornal, Pamio – que à altura da decisão de comercializar os motores em questão era um dos responsáveis pelo departamento de desenvolvimento de propulsores na marca de Ingolstadt – terá apresentado junto das autoridades da Alemanha, país onde se encontra detido, provas de tudo aquilo que afirma. Colocando em xeque, inclusivamente, os mais altos responsáveis do Grupo Volkswagen. Os quais poderiam, afinal, saber mais do que à partida disseram.
Recorde-se que, desde que o escândalo conhecido como Dieselgate rebentou, uma das grandes dúvidas, ainda por esclarecer, é saber quantas pessoas, e quem concretamente, sabiam do caso, no seio do conglomerado germânico. Motivo pelo qual, até ao momento, apenas foi condenado um engenheiro da Volkswagen, James Liang, o qual terá agora de cumprir 40 meses de cadeia e pagar 200 mil dólares de multa. Sentença que, aliás, acabou por ser superior àquilo que a acusação pedia.
Ex-engenheiro da Volkswagen condenado a 40 meses de prisão nos EUA
Quanto a Pamio, que está sob custódia das autoridades alemãs, a pedido da justiça norte-americana, tudo aponta para que venha a ser extraditado, em breve, para os EUA. Isto, embora os procuradores alemães estejam, eles próprios, a investigar cerca de 40 pessoas supostamente envolvidas no escândalo.
Ainda segundo o New York Times, o advogado de Pamio ter-se-á recusado a especificar os nomes das pessoas que tinham conhecimento da manipulação. Algo que não significa que não possa vir a acontecer. Dependerá da vontade do engenheiro italiano decidir, como diz o povo, “começar a chamar os bois pelos nomes”.