Depois de uma época em que, na indústria automóvel, os processos de formação de funcionários eram levados a cabo com estes a lidarem fisicamente com os materiais, metendo literalmente as mãos na massa, eis que a tradição cedeu o lugar à inovação. Exemplo disso? Na Audi, já se aposta na realidade virtual para dar formação aos técnicos.

Utilizando pouco mais do que um computador, um par de óculos de realidade virtual e dois controlos, os trabalhadores apreendem assim novas práticas e processos de trabalho, sem que tenham de lidar fisicamente com os materiais. Fazendo-o até com mais segurança, num ambiente de realidade virtual.

No caso da marca dos quatro anéis, a aplicação destes programas estendeu-se já aos processos logísticos de embalagem, com os funcionários a receberem formação através do recurso a um equipamento de realidade virtual. Que, uma vez ligado, não só os transporta – com a ajuda de uns óculos próprios – para o seu posto de trabalho no Centro Logístico de Ingolstadt, por exemplo, como lhes permite manusear uma série de embalagens e componentes, graças à utilização de dois comandos semelhantes aos dos videojogos.

Desta forma e sem qualquer perigo, transportados virtualmente para aquele que é o seu ambiente normal de trabalho, os trabalhadores vão passando pelas diversas etapas da embalagem, apreendendo novos processos e programas informáticos, tal como sucederia em ambiente real. Embora, neste caso, utilizando bastante menos espaço, além de poupar tempo e dinheiro.

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De acordo com a Audi, este tipo de formação apresenta ainda o aliciante extra de poder oferecer vários graus de dificuldade, ajudando assim a manter o trabalhador permanentemente motivado na sua progressão, desafiando-o a evoluir, além de eliminar qualquer barreira linguística que possa existir, uma vez que está disponível não só em alemão, como também em espanhol e inglês. Permitindo, inclusivamente, que um funcionário colocado na fábrica da Audi em San José Chiapa, no México, possa trabalhar virtualmente na logística de Ingolstadt, e vice-versa.

“A resposta dos trabalhadores à formação virtual tem sido extremamente positiva”, afirma o responsável do projecto “Brand Logistics Information Process Planning”, Mirko Göres, acrescentando que, “depois de uma fase piloto de seis meses, dois dos programas de formação estão já em prática na área da logística”.

Estamos já a trabalhar com o centro de formação de Ingolstadt e com os departamentos de logística nas fábricas de Neckarsulm e de Ingolstadt, para vir a desenvolver três programas adicionais de formação, utilizando a realidade virtual nos processos de pick-by-light, pick-by-tablet e pick-by-voice. E as instalações de San José de Chiapa e Bruxelas integrar-se-ão também, futuramente, no projecto”, antecipa.

Refira-se que a Audi já utiliza a realidade virtual em inúmeras áreas, desde as vendas ao desenvolvimento técnico, passando pela produção. E alguns dos seus concessionários oferecem a chamada “Experiência Audi VR”, a qual permite ao cliente configurar o seu futuro automóvel, até ao mais ínfimo pormenor, visualizando-o ao mesmo tempo que o “constrói”.