A modelo Teddy Quinlivan aproveitou a Semana de Moda de Nova Iorque para anunciar publicamente que é transgénero. As declarações foram o mote de uma entrevista dada, entre desfiles, ao site CNN Style, uma opção que a modelo de 23 anos justifica com a violência contra a comunidade transgénero a que se tem assistido nos Estados Unidos.

“Decidi revelar a minha identidade enquanto transgénero por causa do clima político que, neste momento, se sente no mundo — em particular nos Estados Unidos”, afirmou a modelo durante a entrevista.

Em declarações ao mesmo site, Quinlivan identifica um aumento do preconceito contra a comunidade transgénero com a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. A recente proibição de pessoas transgénero no exército é um exemplo.

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“É político, mas também estou a fazê-lo por mim. Estava pronta para me revelar, mas acho que os tempos que vivemos aumentaram a importância e a urgência”, acrescentou.

Até aqui, Quinlivan foi sempre apresentada como uma mulher cisgénero (alguém com uma identidade de género idêntica à que lhe foi atribuída à nascença), embora tenha efetuado a transformação aos 16 anos. A modelo é a primeira a admitir que o seu aspeto, tal como a voz, ajudaram a que nunca fossem levantadas suspeitas. Desde 2015, altura em que começou a desfilar para a Louis Vuitton, a carreira de modelo de Quinlivan entrou em ascensão. Prada, Marc Jacobs, Hugo Boss, Chanel, Dior e Valentino — as maiores passerelles do mundo abriram alas para a jovem promessa, tal como fizeram as revistas de moda. Resta saber se, depois de se assumir, a popularidade se manterá.

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Nesta quarta-feira, dia em que a entrevista foi publicada, a modelo, que conta com cerca de 18 mil seguidores no Instagram, acrescentou o link para o artigo à sua biografia nesta rede social.

https://www.instagram.com/p/BVIKuxDgctj/?taken-by=teddy_quinlivan

“Quando tu te apresentas ao mundo como transgénero, numa plataforma, pode haver algumas reações negativas. As pessoas podem ser violentas comigo por causa de algo que eu não escolhi. Isso deixa-me nervosa, mas estou mesmo entusiasmada por contar a minha história ao mundo. O meu otimismo supera o medo”, contou à CNN Style na mesma entrevista.

Nos últimos anos, o mundo da moda tem assistido à chegada de várias modelos transgénero. Andreja Pejic, Hari Nef e Geena Rocero são só alguns casos, sendo o último muito semelhante à história de Quinlivan. Até ter anunciado a sua identidade de género, Geena trabalhou na indústria da moda sem qualquer rótulo.

As modelos transgénero que estão a revolucionar a moda