Quase 62 milhões de alemães são chamados este domingo às urnas para eleger o próximo governo, com as sondagens a preverem uma vitória da chanceler Angela Merkel, a quarta consecutiva, e a entrada da extrema-direita no parlamento federal que pode mesmo ficar em terceiro lugar.
As sondagens mais recentes antecipam que a União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel e a sua aliada bávara União Social-Cristã (CSU) obtenham 36% dos votos, ficando aquém da maioria no parlamento federal que é composto por 703 deputados.
A Alemanha não tem tradição de governos minoritários, pelo que a CDU deverá iniciar negociações com outros partidos para a formação de uma coligação de governo.
Segundo a agência de notícias Associated Press (AP) , os primeiros indicadores dão conta de uma participação mais alta do que verificada nas anteriores eleições federais de 2013 e 2005. Da parte dos políticos não faltaram incentivos. O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, escreveu no jornal Bild am Sonntag que votar é um “dever cívico” acrescentando que “todos os votos contam” e que “as pessoas que não votam deixam em mãos alheias o futuro do seu país”.
As hipóteses mais comummente avançadas por analistas como cenários pós-eleições são uma aliança com os Verdes (9%) e o Partido Liberal (8%) ou uma repetição da “grande coligação” com o Partido Social-Democrata (SPD), que deverá obter pouco mais de 20%.
Germany, election.de prognosis:
CDU/CSU-EPP: 259
SPD-S&D: 152
AfD-ENF: 80
FDP-ALDE: 69
LINKE-LEFT: 64
GRÜNE-G/EFA: 54#btw17 #Germany pic.twitter.com/UhitWXu0Ab— Europe Elects (@EuropeElects) September 24, 2017
A confirmarem-se as sondagens, o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) será o terceiro partido mais votado, com 11%, assegurando a entrada no Bundestag, o que ocorre pela primeira vez desde a II Guerra Mundial.
As sondagens que foram sendo conhecidas durante a campanha davam conta de um grande número de indecisos e a AP falou com alguns dos primeiros alemães a votar, e a maioria confessou alguma indecisão. “Estava mesmo indeciso, foi mesmo muito difícil”, disse Bernhard Sommerfeld, um livreiro de 62 anos à AP. Também Jens Schubert, diretor de uma orquestra, disse estar, desta vez, um pouco confuso. “Normalmente voto sempre no mesmo partido, o Partido Verde, mas desta vez votei em outro”, disse o homem de 54 anos, depois de votar no centro de Berlim, onde também Merkel deverá depositar o seu voto este domingo.
As urnas abriram às 08:00 locais (07:00 em Lisboa) e encerram às 18:00 (17:00).