Até ao final do ano, a Uber vai lançar mais um serviço em Lisboa, o UberEats – opção que permite aos utilizadores encomendar refeições aos restaurantes parceiros da empresa através da aplicação que têm no smartphone, informou a empresa em comunicado. O “reforça da aposta em Portugal” surge três dias depois de a Uber ter perdido a licença para operar em Londres, por decisão da Autoridade dos Transportes britânica.

“Estamos a reforçar a nossa aposta em Portugal. Para além de continuarmos a trazer uma opção de mobilidade mais simples, segura e económica às cidades portuguesas, queremos tornar a descoberta gastronómica e a entrega de refeições mais rápida e conveniente aos Lisboetas com o UberEats”, afirmou em comunicado Rui Bento, diretor-geral da Uber em Portugal.

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Apesar de ainda não haver data fixa para o lançamento da nova opção e da nova aplicação da Uber, a empresa já está a estabelecer parcerias com os restaurantes que queiram participar no novo produto da Uber. Os restaurantes que queiram aderir podem fazê-lo aqui. E a nova aplicação vai permitir que estes estabelecimentos, independentemente da dimensão que tenham, consigam ter acesso à plataforma logística da Uber.

Para prestar este serviço de entrega de refeições ao domicílio, os estafetas da empresa devem ter mais de 18 anos, ter atividade empresarial aberta, ter um registo criminal sem antecedentes, carta de condução e uma mota (para a qual tem que apresentar certificado de matrícula e seguro válido).

O ano de 2017 tem sido turbulento para a Uber, que se viu obrigada a substituir o presidente executivo — o fundador Travis Kalanick foi forçado a sair e a empresa é agora liderada por Dara Khosrowshashi — e que viu a reputação ser afetada por várias revelações na imprensa de uma cultura de trabalho agressiva, sexista, que pôs a descoberto situações de assédio sexual, entre outras. O fundo de investimento Benchmark abriu um processo judicial contra Travis Kalanick por alegada fraude.

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Na sexta-feira, a Autoridade dos Transportes de Londres não renovou a licença da Uber para continuar a operar na capital britânica, porque considerou que a empresa que gere a aplicação que presta os serviços de transporte privado não é um “operador adequado”. No entando, já há uma petição assinada por mais de 500 mil pessoas que querem que a Uber continue a operar na capital britânica.

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Em Portugal, as várias propostas dos partidos para regulamentarem o transporte em veículod descaracterizados (TVDE), nos quais se inclui a Uber e a Cabify, ainda estão para discussão na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, depois de a proposta de regulamentação do Governo não ter merecido a concordância dos partidos de coligação governamental, o PCP e o Bloco de Esquerda.

Desde 21 de novembro de 2016 — data em que foi publicada em Diário da República a alteração legislativa que incluiu no serviço de táxi ilegal as plataformas eletrónicas — foram passadas 888 multas aos motoritas que efetuavam serviços para a Uber e Cabify, que vão entre 5.000 e 15.000 euros. Estas multas estão a ser contestadas, porque as empresas nao se revêm no conceito de “serviço em táxi” e não se consideram abrangidas pela lei.

Em nove meses de fiscalização, a Uber e a Cabify só foram multadas três vezes pela GNR por “angariação de clientes para serviços de transporte de táxi sem alvará”.

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