Para Mónica Albuquerque, ter meia dúzia de brinquedos engraçados nunca foi o suficiente. De olhos postos lá fora, manteve-se sempre a par das últimas novidades e isso fê-la regressar aos tempos dos jogos em madeira, onde os componentes eletrónicos não têm lugar. Em 2013, criou a Maria do Mar, uma loja online onde a originalidade e a qualidade das marcas rapidamente deixou de ser exclusivo dos jogos e brinquedos para os mais pequenos. Há duas semanas, abriu a primeira loja física, em Lisboa, e o que lá encontramos é só uma pequena amostra de um imaginário sem idade. “Para nós, esta loja é um laboratório. Queremos ter crianças à solta e ver no que pegam. Por isso é que os produtos estão sempre ao nível delas”, conta Mónica, que não hesitou na hora de escolher o bairro onde queria abrir a loja.
Príncipe Real? Demasiado turístico. Chiado? Já tem uma ou outra loja a vender algumas destas marcas. Campo de Ourique? Um mercado saturado no que toca a bens infantis. Alvalade? O bairro perfeito. Quando não há pais a passarem com os filhos pela mão, há carrinhos, barrigões e um poderoso esquadrão de avós esbanjadores. Mas numa loja que vende, maioritariamente, brinquedos, definir quem é o público-alvo nem sempre é fácil. Pelo menos, com os mais pequenos, a estratégia de marketing é simples: nunca ter a loja demasiado arrumada e manter sempre quatro ou cinco opções prontas a usar. Parece que funciona, às vezes também com os adultos.
Em duas semanas com a porta aberta, a técnica já se revelou vencedora. A loja tem uma segunda sala, uma espécie de quarto de brincar, que muda todas as semanas. Para Mónica, é essencial que crianças e adultos vejam os produtos em ação e as famosas tipis são o exemplo mais claro. Sempre que monta uma, vende-a, um fenómeno que se estende às cozinhas, foguetões, casas de bonecas, garagens e estações espaciais. É que o role play é uma das especialidade da Maria do Mar, por isso, aqui os miúdos podem ser aquilo que quiserem e sem eletrónica pelo meio. “Este tipo de brinquedos ajuda muito mais a pensar e os clientes começam a ser cada vez mais críticos em relação à tecnologia”, explica Mónica.
O Oogi é outro bom exemplo, o melhor para introduzir uma nova geração de brinquedos. Só tem uma cor, é feito de silicone, estica até mais não e não tem uma função, é para aquilo que a imaginação das crianças ditar e, nas mãos dos adultos, tem um ligeiro efeito anti-stress. Tal como a maioria dos artigos da Maria do Mar, o Oogi não é brinquedo de menino nem de menina. A lógica do azul e cor-de-rosa é reduzida aos mínimos (nos brinquedos e na decoração), também por uma questão prática. “É ma opção feita a pensar em famílias com um menino e uma menina, por exemplo. Assim, é mais fácil que brinquem juntos”, continua Mónica.
Nem só de brinquedos é feita a Maria do Mar. Ainda no universo infantil, a loja juntou-se à Bica Kids, que levou os seus melhores tecidos para Alvalade. É uma das três marcas portuguesas selecionadas por Mónica para estar à venda na loja, além dos baloiços da Bago e dos mini sofás da Ma Puá. A decoração ocupa o segundo lugar. Além de almofadas e mantas, há as famosas cabeças da Wild & Soft, que substituem os tradicionais troféus de caça por animais de peluche.
Os adultos podem não sair de mãos a abanar, sobretudo as mães (ou as irmãs mais velhas, vá). No verão, as boias de flamingos e outras figuras exóticas esgotaram em três tempos, mas em pleno mês de regresso ao trabalho, a loja apostou todas as fichas no estacionário da marca californiana Ban.do. Cadernos, agendas, sacos de ginásio, garrafas e copos, mochilas, capas de telemóvel e cabos USB. Não se deixe enganar. No fundo, a Maria do Mar é para toda a família e também para todos os bolsos. Os preços podem chegar aos 300€, mas começam nos 30 cêntimos.
Nome: Maria do Mar
Morada: Rua Acácio Paiva, 7A (Lisboa)
Telefone: 93 334 4218
Horário: De segunda à sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 14h