Moçambique acredita que daqui a 13 anos poderá ter descoberto o dobro das reservas de gás natural hoje identificadas, que só por si já colocam o país em destaque a nível mundial, anunciou a ministra dos Recursos Minerais e Energia.
Segundo Letícia Klemens, as perspetivas de novas descobertas são animadoras, prevendo-se que até 2030 o país possa ter o dobro dos atuais 180 mil milhões de pés cúbicos encontrados na bacia do Rovuma, ao largo da costa norte de Moçambique, referiu, citada esta sexta-feira pelo jornal estatal Notícias.
A ministra falava numa conferência internacional sobre produção e consumo de gás natural liquefeito, em que participa, em Tóquio, Japão.
“A nossa localização é estratégica para responder aos mercados da Ásia, do Pacífico e do Atlântico”, bem como para “aumentar as oportunidades no Médio Oriente e no subcontinente indiano”, referiu durante a conferência.
O gás moçambicano é de excelente qualidade, o que confere uma vantagem competitiva em termos de custos”, acrescentou.
Um consórcio liderado pela petrolífera italiana Eni anunciou em junho a decisão final de investimento no mar a norte de Moçambique, tornando-se no primeiro grande projeto de gás natural a avançar para a fase de concretização.
A plataforma flutuante de extração e liquefação está em construção e prevê-se que a operação na Área 4 do Rovuma arranque no prazo de cinco anos.
O consórcio anunciou a decisão depois de garantir a venda de toda a produção de gás natural durante 20 anos à petrolífera BP.
Outro consórcio liderado pela norte-americana Anadarko anunciou que está para breve o anúncio da decisão final de investimento na Área 1, alguns quilómetros mais a norte, na bacia do Rovuma.
Entretanto, outras atividades de prospeção continuam, por forma a avaliar a viabilidade comercial de outros depósitos de hidrocarbonetos, no fundo do mar e no subsolo do território continental moçambicano.