Na sua primeira viagem à Catalunha desde que foi aplicado o Artigo 155, em resposta à declaração unilateral da independência, Mariano Rajoy disse esperar que as eleições de 21 de dezembro “devolvam a tranquilidade à Catalunha”. E isso, acrescenta, só seria possível se a “maioria silenciosa” for às urnas.

Num discurso que fechou a sessão de lançamento da campanha do Partido Popular da Catalunha às eleições autonómicas antecipadas, Mariano Rajoy referiu-se ao governo de Carles Puigdemont como os “paladinos da rutura demonstraram [que] demonstraram ao mundo a sua ilimitada capacidade de destruição” e disse que estes levaram a cabo uma “disparatada catarata de acontecimentos”.

O Partido Popular da Catalunha (PPC) surge nas sondagens para as eleições de 21 de dezembro com uma projeção de 8,7% dos votos e um total de 10 a 12 deputados. A confirmar-se esta percentagem, o PPC seria o quarto maior partido do parlamento regional da Catalunha.

Mariano Rajoy voltou a defender a aplicação do Artigo 155 — “Apliquei-o porque sou eu o Presidente de Governo de Espanha!”, disse, arrancando aplausos à plateia — e disse que que a sua decisão restabeleceu “a ordem legal e democrática”. “Foi isso que aconteceu e não outra coisa. Penso que isso se entende muito bem”, disse.

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O Presidente do Governo de Espanha disse ainda que “em Espanha se pode defender qualquer ideia, isto é uma democracia, qualquer ideia pode ser defendida, até independentista”. Depois, completou: “Mas os independentistas também estão submetidos à lei, como estamos todos nós, que não somos independentistas”.

Rajoy imputa crescimento da economia ao resultado das eleições de 21 de dezembro

Mariano Rajoy disse ainda que as perspetivas de crescimento da economia espanhola — que o FMI reviu em baixa para 2,3% para 2018 — podem ser melhoradas se nas urnas a resposta dos catalães for pela “normalidade”.

Reagindo a notícias que davam conta de que 23% dos espanhóis não-catalães já deixaram de comprar produtos da Catalunha (e que esse número subiria para 49%, caso a região se tornasse independente), Mariano Rajoy fez um apelo nacional: “Quero pedir a todos os espanhóis que compram e consomem produtos catalães que nunca deixem de fazê-lo”.