Agora com sinal reforçado em Lisboa 98.7 FM No Porto 98.4 FM Sociedade / Media Seguir Francisco Pedro Balsemão quer nova avaliação da ERC à compra da Media Capital pela Altice O presidente executivo da Impresa, Francisco Pedro Balsemão, considera que a Entidade Reguladora para Comunicação Social (ERC) deve tornar a avaliar a compra da Media Capital pela Altice. Observador Texto 04 Dez 2017, 09:00 i ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA O presidente executivo da Impresa, Francisco Pedro Balsemão, considera que a Entidade Reguladora para Comunicação Social (ERC) deve tornar a avaliar a compra da Media Capital pela Altice, uma vez que um processo desta “magnitude e complexidade” tem “impacto sobre o pluralismo” e “é inultrapassável que passe pelo crivo desta entidade”.Em entrevista publicada esta segunda-feira no Público, Balsemão critica o “silêncio ensurdecedor por parte dos decisores políticos em relação a uma operação com esta dimensão”. Estamos perante a possibilidade de a maior empresa de telecomunicações em Portugal comprar um dos maiores grupos de comunicação social, com atividades muito bem sucedidas na área da televisão, rádio e Internet e ninguém está a falar sobre isso neste momento”, acusa.Para o responsável máximo do grupo Impresa, que detém, entre outros, o Expresso, a Visão e a SIC, “híbrido tentacular que resultaria desta operação [fusão entre a Altice e a Media Capital] ficaria com o poder de tal forma a esmagar a sua concorrência – e acho que ninguém pode dizer o contrário – que o resultado seria o de fazer com que os concorrentes deixassem de prestar os seus serviços ou então que se tornassem ocos e vazios e mais facilmente dominados por terceiros com outro tipo de agendas políticas e mediáticas”.“No nosso caso seria muito provável que restringisse o acesso dos nossos conteúdos às suas plataformas”, diz Balsemão. Mesmo que a Altice já se tenha comprometido a não o fazer, o responsável da Impresa duvida. “Tendo a capacidade de o fazer, e tendo de reportar aos accionistas, não vejo nenhuma razão para que não o fizesse. Para isso nem teria feito a proposta de compra sobre a Media Capital, não há nenhuma razão para pagar este montante, se não for para ficar com esta capacidade e incentivo para fazer esse tipo de restrição e ficar com acesso a dados sensíveis e confidenciais sobre os seus concorrentes e a possibilidade de interferir em várias outras áreas como a TDT”, sublinha. “Diz-se muito que, cada vez mais, é preciso criar grupos de media fortes, estou de acordo com isto, mas não se pode é criar um grupo de media forte em Portugal que esmague todos os outros, sem qualquer tipo de mérito que não o das armas e ferramentas que terá ao seu dispor, ao contrário dos outros”, considera Balsemão.O líder da Impresa diz, por isso, esperar “que haja uma posição forte da ERC que diga que isto não pode passar pelo impacto nefasto sobre o pluralismo em Portugal”, mas admite que seria “um péssimo gestor, se não estivesse a pensar em qual seria o meu próximo passo, caso isto avançasse”. A estratégia da Impresa passaria, defende, “por parcerias estáveis, sustentáveis, de longo prazo”. Contudo, caso a ERC não torne a avaliar o caso, Balsemão diz ter “plena confiança de que esta decidirá da melhor forma possível”.