Pedro Santana Lopes vai realizar uma pré-convenção, em Lisboa, no domingo à tarde, para lançar as linhas gerais programáticas da sua candidatura à liderança do PSD, mas nem o modelo nem o local estavam ainda fechados à hora de publicação deste artigo. Este é um primeiro passo, para já mais vocacionado para a comunicação social, uma vez que a verdadeira convenção deve realizar-se a 6 de janeiro, como grande evento aberto aos militantes, em que Santana Lopes apresentará a sua moção de estratégia global. Noutra matéria que está a gerar impasse, a candidatura propõe três debates nas televisões generalistas.

Enquanto uma fonte da candidatura referia um evento “à americana” — o estilo convenção — outro responsável referia o objetivo de se fazer “algo novo e original do ponto de vista político-partidário”. Esta iniciativa pretende contrariar a ideia de que não há conteúdo e propostas na corrida interna do PSD e terá com base o trabalho até agora desenvolvido por Telmo Faria (ex-presidente da câmara de Óbidos), coordenador do programa de Santana Lopes. A iniciativa deverá consistir em intervenções ou numa mesa redonda das principais figuras que apoiam Pedro Santana Lopes: Telmo Faria e Almeida Henriques (mandatário nacional) e Teresa Morais têm presença garantida, e podem cobrir áreas que vão desde o poder local, às cidades inteligentes, desenvolvimento regional, economia e igualdade.

“É um evento para dar a conhecer algumas ideias da candidatura, do ponto de vista das alternativas”, diz ao Observador Almeida Henriques, presidente da câmara de Viseu e mandatário nacional de Santana. “O que as pessoas disserem, seguramente que vincula o candidato”. Outra fonte da candidatura diz que “não se trata de divulgar um programa de Governo, porque esta é uma campanha para a liderança do partido”. Mas sim as linhas programáticas.

Rui Rio apresentou as cinco linhas orientadoras da sua candidatura no dia 29 de novembro, em Lisboa: foi quando afirmou que o país precisa de “um novo 25 de abril”, porque “o regime está doente”. Definiu que era preciso “melhorar a competitividade do país”, fazer “reformas estruturais” na área da justiça, que classificou como “a mais difícil”, e “reforçar a “coesão social”para haver “uma classe média robusta”. Outra ideia divulgada foi “olhar para o regime e revitalizá-lo”, porque a constituição de 1976 tem a mesma idade que tinha a do Estado Novo em 1974. Para o partido, o objetivo de Rio é “ter um PSD forte”, com uma aposta forte nas eleições autárquicas, porque a força de um partido se mede em câmaras e não em deputados.

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Rui Rio. “Precisamos de um novo 25 de Abril” porque “o regime está doente”

O impasse na realização de debates na campanha, motivou um comunicado da candidatura de Pedro Santana Lopes esta terça-feira a propor “três debates nos três canais, por forma a não excluir nenhuma das televisões generalistas”. A candidatura propõe o primeiro debate “já na próxima semana, o segundo na semana seguinte – entre o Natal e o Ano Novo – e o último na primeira semana de janeiro”. O modelo dos três debates tem como base o que aconteceu nas eleições internas para o PS que opôs António Costa a António José Seguro.